Sobrecarga do cuidador informal: satisfação familiar e perceção da importância da visita domiciliar de enfermagem
Publication year: 2016
O presente estudo procurou analisar a sobrecarga e a satisfação familiar do cuidador informal e o papel desempenhado pelo Enfermeiro de Família enquanto prestador de cuidados em contexto domiciliar. Objetivou, ainda, percecionar, face as vivências dos cuidadores informais, qual a relação da sobrecarga e satisfação familiar com as intervenções de Enfermagem no contexto domiciliar. Para tal desenhou-se um estudo do tipo explicativo, não experimental, descritivo e correlacional, tendo-se aplicado um formulário constituído por duas partes: a primeira parte inclui as caraterísticas sociodemográficas e de cuidados e a segunda parte aglomera duas escalas, a Escala de Sobrecarga do Cuidador (ESC) e a Escala de Satisfação Familiar (ESF), que foram traduzidas e adaptadas para a população portuguesa por Sequeira em 2007 e Vaz Serra, Firmino, Ramalheira e Canavarro em 1990, respetivamente. A amostra conseguida foram 50 cuidadores informais de uma pessoa dependente com pelo menos um programa de saúde aberto, com 1 ou mais contatos por enfermeiros de família da Unidade de Saúde Familiar (USF) Flor de Sal desde 1 de Agosto de 2015.
O perfil sociodemográfico obtido neste estudo dos cuidadores informais foi o seguinte:
maioritariamente mulheres, casadas, filhas da pessoa dependente, reformadas e com o 1º ciclo concluído. A idade média apresentada é de 65,24 anos (sendo a idade mínima 42 anos e a máxima 89 anos), a maior representatividade recai nas pessoas que têm idades compreendidas entre os 60 a 89 anos. Os resultados obtidos na ESC permitiram verificar a existência de sobrecarga intensa em 68% dos cuidadores informais, seguidos por 26% com sobrecarga ligeira e 6% sem sobrecarga. Os resultados obtidos na ESF permitem verificar que o intervalo com maior representatividade é o dos 29 aos 42 pontos com 56%, seguido pelo intervalo de 43 a 56 pontos com 36%, já os valores de satisfação familiar dos 14 a 28 pontos obtiveram 6% e, por último, apenas 2% dos cuidadores reuniu a pontuação entre os 57 a 70 pontos. No que diz respeito ao resultado global obtido sabendo que a pontuação mais baixa reflete menor satisfação familiar, somando os 56% com os 6%, equivale a afirmar que 62% da amostra se evidencia com uma satisfação familiar menor. Conclui-se ainda a existência de uma correlação moderada negativa existente entre os resultados das duas escalas, isto é, quanto maior a sobrecarga sentida pelo cuidador menor será a satisfação familiar do mesmo e vice-versa.
The present study aimed to analyze the burden and family satisfaction of the informal caregiver and the role played by the Family Nurse as a provider of care at home context. It still aimed to realized, given the life experiences of informal caregiver, what is the relation between the burden and family satisfaction with nursing interventions at home context. Therefore an explanatory, non experimental, descriptive and correlational study was drawn and a questionnaire with two parts was used: the first part includes the sociodemographic and care characteristics and the second part contains two scales, the Burden Interview Scale which was translated and adapted to the Portuguese population by Sequeira in 2007, named in Portuguese “Escala de Sobrecarga do Cuidador (ESC)”, and the Family Satisfaction Scale which was translated and adapted to the Portuguese population by Vaz Serra, Firmino, Ramalheira and Canavarro in 1990, named “Escala de Satisfação Familiar (ESF)”. The sample of 50 informal caregivers of dependents with at least one opened health program with one or more contacts by family nurses of the Family Health Unit (USF) Flor de Sal from 1 August of 2015 was interviewed.