Lesões músculoesqueléticas em jovens desportistas: importância do enfermeiro de reabilitação

Publication year: 2019

Enquadramento – A prática desportiva é transversal a todas as faixas etárias e a vários níveis de jogo, desde a prática recreativa até ao profissionalismo. Contudo, muitas das práticas desportivas caracterizam-se pelo contacto e colisão, estando os desportistas muito suscetíveis à ocorrência de lesões músculo-esqueléticas, com forte impacto na sua qualidade de vida. Objetivos – Identificar a prevalência de lesões músculo-esqueléticas em jovens desportistas; analisar determinantes sociodemográficas, antropométricas e contextuais nessas lesões. Métodos – Estudo quantitativo, descritivo e correlacional. A amostra é do tipo não probabilístico por conveniência, constituída por 108 jovens desportistas do Futebol Clube do Porto SAD e da Associação Desportiva Social e Cultural Viseu 2001. O instrumento de recolha de dados contém um conjunto de questões de caracterização sociodemográfica, variáveis antropométricas, contextuais à prática desportiva, variáveis contextuais à lesão no contexto da prática desportiva e o Questionário Nórdico Músculo-Esquelético para avaliar as lesões (Serranheira et al., 2003). Resultado – Verificou-se a existência de uma prevalência de 43,5% de lesões músculoesqueléticas em jovens desportistas nos últimos 12 meses. As lesões músculo-esqueléticas localizam-se fundamentalmente na coluna cervical (15,7%), no ombro esquerdo (13,0%), no cotovelo direito (10,2%), na região lombar (23,1%), na perna/joelho esquerdo (13,0%), e em ambos os tornozelos/pés (10,2%). As variáveis, zona de residência, o Índice de Massa Corporal, o escalão da formação no clube, o uso de mochila apenas em um dos ombros, o facto de ter tido uma lesão no percurso desportivo e terem feito paragens no percurso do desporto, influi na ocorrência das lesões músculo-esqueléticas. Também o profissional que acompanhou o jovem desportista na reabilitação e as paragens das atividades normais devido à lesão estão associados à sintomatologia decorrente das lesões músculoesqueléticas. Conclusões – A prevalência das lesões músculo-esqueléticas nos jovens é de facto significativa e varia em função de alguns determinantes sociodemográficos e contextuais; os enfermeiros especialistas em reabilitação poderão beneficiar das conclusões obtidas neste estudo, assumindo-se como um subsídio para a melhoria dos cuidados prestados aos jovens desportistas, apostando-se mais na prevenção e promoção da qualidade de vida dos jovens desportistas.
Background - The practice of sport is transversal to all age groups and to various levels of play, from recreational practice to professionalism. However, many of the sports practices are characterized by contact and collision, and sportsmen are very susceptible to the occurrence of musculoskeletal injuries, with a strong impact on their quality of life. Objectives - To identify the prevalence of musculoskeletal injuries in young athletes; to analyze sociodemographic, anthropometric and contextual determinants in these lesions. Methods - Quantitative, descriptive and correlational study. The sample is of a nonprobabilistic type for convenience, constituted by 108 young sportsmen of the Futebol Clube do Porto SAD and of the Associação Desportiva Social e Cultural Viseu 2001. The data collection instrument contains a set of sociodemographic characterization, anthropometric, contextual variables to the sport practice, contextual variables to the injury in the context of the sport practice and the Nordic Musculoskeletal Questionnaire to evaluate the lesions (Serranheira et al., 2003). Results - There was a prevalence of 43.5% of musculoskeletal injuries in young athletes in the last 12 months. The musculoskeletal lesions were found mainly in the cervical spine (15.7%), the left shoulder (13.0%), the right elbow (10.2%), the lumbar region (23.1%), the right leg / left knee (13.0%), and in both ankles / feet (10.2%). Variables, area of residence, Body Mass Index, club training, backpack use only on one shoulder, the fact that they had an injury on the course and had stopped on the course of the sport, influence in the occurrence of musculoskeletal injuries. Also the professional that accompanied the young sportsman in the rehabilitation and the stops of the normal activities due to the injury are associated with the symptomatology due to the musculoskeletal injuries. Conclusions - The prevalence of musculoskeletal injuries in young people is indeed significant and varies according to some sociodemographic and contextual determinants; the nurses who are specialists in rehabilitation can benefit from the conclusions obtained in this study, being a subsidy for the improvement of the care given to young sportsmen, focusing more on prevention and promotion of the quality of life of young sportsmen and women.