Stresse em profissionais de saúde das unidades de média duração e reabilitação e longa duração e manutenção da Rede Nacional de Cuidados Continuados

Publication year: 2018

Enquadramento:

No setor da saúde é possível identificar alguns fatores indutores de stresse associados às condições de trabalho, quer seja a nível físico, organizacional, sócio-emocional. Estes influenciam os cuidados prestados pelos profissionais de saúde, em contextos cada vez mais exigentes a todos os níveis, como é o caso da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI).

Objetivos:

Identificar níveis de Stresse nos Profissionais de Saúde em UMDR e ULDM da RNCCI e analisar a sua relação com as variáveis sociodemográficas, profissionais e familiares.

Metodologia:

Trata-se de um estudo não-experimental, quantitativo, com corte transversal e descritivo analítico-correlacional. Os dados foram colhidos numa amostra não probabilística por conveniência, junto de 75 profissionais de saúde de UMDR e ULDM da RNCCI. O instrumento de recolha de dados consistiu num conjunto de questões de caracterização sociodemográfica, profissional e familiar e o Questionário de Stress para Profissionais de Saúde.

Resultados:

Constatou-se que o nível global de stresse manifestado pelos profissionais de saúde se situa em média nos 2.36_+ 0.645 (numa escala de 0 a 4 pontos), o que traduz um nível moderado de stresse global. Os fatores, excesso de trabalho, a carreira e remuneração foram os que apresentaram valores médios mais elevados, respetivamente (média=2,700,740) e (média=2,600,671). Encontramos diferenças estatísticas significativas em todos os fatores, à exceção dos problemas familiares e do stresse global (p=0,200). Os maiores níveis de stresse foram encontrados nas mulheres, (nas dimensões lidar com os clientes p=0,000, excesso de trabalho p=0,027, ações de formação p=0,001, problemas familiares p=0,048 e stresse global p=0,013); nos que têm o ensino secundário como habilitação (nas dimensões carreira e remuneração p=0,009; relações profissionais p=0,030); nos enfermeiros (carreira e remuneração p=0,001; relações profissionais p=0,001; stresse global p=0,043); nos que exercem numa UMDR (relações profissionais p=0,046; problemas familiares p=0,017; stresse global p=0,039); naqueles que não exercem funções noutra Instituição (carreira e remuneração p=0,015, relações profissionais p=0,005) e nos que possuem um agregado constituído por 1 elemento (excesso de trabalho p=0,014).

Conclusão:

Concluiu-se que são os enfermeiros os profissionais de saúde que apresentam um valor médio mais elevado na perceção global de stresse (X2=8,169; p=0,043), com diferenças estatisticamente significativas nos fatores carreira e remuneração, relações profissionais e no stresse global. Vimos ainda que a idade, o sexo, a experiência profissional e a funcionalidade familiar constituem-se variáveis preditoras do stresse dos profissionais de saúde.

Background:

In the health sector it is possible to identify some stress inducing factors associated with working conditions, be it at the physical, organizational, socio-emotional level. These influence the care provided by health professionals, in increasingly demanding contexts at all levels, such as the National Continuum of Integrated Care Network (RNCCI).

Objectives:

To identify Stress levels in Health Professionals in UMDR and ULDM of RNCCI and to analyze their relationship with socio-demographic, professional and family variables.

Methodology:

It is a non-experimental, quantitative, cross-sectional and analytical-correlational descriptive study. Data were collected in a non-probabilistic sample for convenience, with 75 health professionals from UMDR and ULDM from RNCCI. The data collection instrument consisted of a set of sociodemographic, professional and family characterization questions and the Stress Questionnaire for Health Professionals.

Results:

It was found that the overall level of stress manifested by health professionals is on average 2.36_ + 0.645 (on a scale of 0 to 4 points), which translates into a moderate level of global stress. The factors, overwork, career and remuneration were those with the highest significant statistical differences in all factors, except for family problems and global stress (p = 0.200). The highest levels of stress were found in women (in the dimensions dealing with clients p = 0.000, work over p = 0.027, training actions p = 0.001, family problems p = 0.048 and overall stress p = 0.013); those with secondary education as a qualification (in the career and remuneration dimensions p = 0.009; professional relations p = 0.030); in nurses (career and remuneration p = 0.001, professional relations p = 0.001, overall stress p = 0.043); (p = 0.046, family problems p = 0.017, overall stress p = 0.039); (career and remuneration p = 0.015, professional relations p = 0.005) and in those who have an aggregate constituted by 1 element (excess work p = 0.014).

Conclusion:

It was concluded that the nurses are the health professionals who present a higher average value in the global perception of stress (X2 = 8.169; p = 0.043), with statistically significant differences in career and remuneration factors, professional relations and in global stress. We also saw that age, sex, professional experience and family functionality constitute predictors of stress for health professionals.