Publication year: 2018
Enquadramento:
A avaliação da Qualidade de Vida (QV) dos doentes é absolutamente fundamental no sentido de conhecer os problemas que interferem no seu bem-estar, sendo a sua pertinência reforçada nos doentes internados na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI).
Objetivos:
Identificar a QV dos doentes internados na RNCCI e os fatores determinantes nessa QV.
Métodos:
Estudo quantitativo, com corte transversal, descritivo analítico-correlacional. Os dados foram colhidos junto de 50 doentes internados na RNCCI. O instrumento de recolha de dados foi um questionário com questões de caracterização sociodemográfica, Índice de Barthel (Mahoney & Barthel,1965), Escala Visual Analógica – EVA e o WHOQOL-BREF (Grupo WHOQOL, 1998).
Resultados:
A amostra é constituída maioritariamente por mulheres (62,0%), com uma média de 75,22 anos±14,012. As mulheres apresentam maior dependência nas AVD (M=50,32±29,60); 66,0% apresentam dor com intensidade leve. Os doentes revelam uma QV global razoável (M=55,5017,15), sendo esta mais elevada nos domínios das relações sociais (M=58,8310,56) e ambiente (M=53,757,93), com o valor mais baixo obtido no domínio físico (M=36,66±15,49), resultando em diferença estatisticamente significativa no domínio físico (p=0,001), domínio das relações sociais (p=0,000) e na QV global (p=0,000). As habilitações literárias, o agregado familiar e o nível de independência para a realização das AVD interferiram estatisticamente na perceção da QV. Os doentes com habilitações literárias superiores percecionam mais positivamente a sua QV, particularmente no domínio relações sociais (X2=6,401; p=0,041); os que vivem sozinhos percecionam mais positivamente a sua QV em todos os domínios, principalmente no domínio ambiente (X2=158,000; p=0,011); os doentes independentes percecionam melhor a sua QV, sobretudo no domínio físico (X2=22,498; p=0,000), resultando em diferenças estatisticamente significativas em todos os domínios da QV (p<0,05), à exceção do domínio das relações socias (p=0,054).
Conclusões:
Na globalidade, a amostra estudada revela uma qualidade de vida razoável (M=55,5017,15), percecionada de forma mais positiva nos domínios das relações socias e ambiente. Constituem-se como variáveis preditoras de QV, o sexo, a idade, o estado civil, o agregado familiar, o nível de independência para as AVD e a intensidade da dor.
Background:
The evaluation of Quality of Life (QoL) of the patients is absolutely fundamental in the sense of knowing the problems that meddle in their well being, being it´s relevance reinforced in the patients being taken care for in the “Integrated National Continuing Care NetWork” (INCCN).
Objectives:
Identify the QoL of the patients being taken care for in the INCCN and the determining factors in that QoL.
Methodology:
Quantitative study, with cross-cut, analytical-correlational descriptive. The data were gathered among 50 patients being taken care for in the INCCN. The instrument of data collection was a questionnaire with questions of social-demographic characterization, Index of Barthel (Mahoney & Barthel, 1965), Analogic Visual Scale – AVS and the WHOQOL-BREF (Group WHOQOL, 1998).
Results:
The sample is mostly constituted by women (62,0%), with an average of 75,22 years old±14,012. Women are more dependent on ADL (M=50,32±29,60); 66,0% show pain with mild intensity. Patients reveal a reasonable QoL (M=55,5017,15), this being higher in the domains of social relations (M=58,8310,56) and environment M=53,757,93), and lower in the physical domain (M=36,66±15,49), resulting in a statistically significant difference in the physical domain (p=0,001), social-relations domain (p=0,000), and overall QoL (p =0,000). The literacy qualifications, the household and the level of independence for the performance of the ADL interfered statistically in the perception of the QoL. Patients with higher educational qualifications perceive their QoL more positively, particularly in the social-relations domain (X2=6,401; p=0,041); those who live alone perceive their QoL more positively in all domains, especially in the environment domain (X2=158,000; p=0,011); the independent patients perceive their QoL better, especially in the physical domain (X2=22,498; p=0,000), resulting in statistically significant differences in all domains of QoL (p<0,05), with the exception of the social-relations domain (p=0,054).
Conclusion:
In all, the sample studied revealed a reasonable QoL (M=55,5017,15), perceived more positively in the social-relations and environment domais. Sex, age, marital status, household, level of independence for ADL and intensity of pain are predictive variables of QoL.