A presença da família num contexto de serviço de urgência
Publication year: 2019
A família é o conjunto de pessoas ligadas através da consanguinidade, afinidade, relações emocionais ou legais, funcionando como um sistema (Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem, 2015), ou pode ser caracterizada com base na afeição, fortes laços emocionais, sentimento de pertença e durabilidade de associação (Wright e Leahey, 2011). A família quando atravessa um processo de doença ativa todos os recursos ao seu alcance para garantir o apoio e dar resposta às necessidades específicas dos seus membros. Deste modo, compreende-se o impacto que a doença de um familiar provoca no funcionamento do seio familiar, da mesma forma que a própria família afeta especificamente o estado de saúde dos seus membros (Martins, 2002). No âmbito dos cuidados de saúde em Portugal, os serviços de urgência continuam a ser a principal porta de entrada do Serviço Nacional de Saúde. A presença de um familiar pode ter significativa importância não só na segurança e bem-estar do doente e família, mas também pode ter reflexos positivos no trabalho dos profissionais. De acordo com a Lei nº 33/2009 “Todo o cidadão admitido num serviço de urgência tem direito a ser acompanhado por uma pessoa por si indicada e deve ser informado desse direito na admissão pelo serviço” (2009, p. 4467). É neste contexto que surge este estudo que tem como principal objetivo conhecer a perspetiva dos enfermeiros e da família relativamente à presença junto do doente num contexto de Serviço de Urgência, de modo a contribuir para uma melhorar a prestação dos cuidados neste âmbito. Para a realização deste estudo optamos por um estudo com uma abordagem qualitativa, de carácter exploratório e descritivo. Relativamente a estratégia de recolha de dados optamos pela entrevista semiestruturada, dirigida a enfermeiros e familiares de um doente de um serviço de urgência de um Hospital da Região Norte. Os dados foram analisados com o recurso à técnica de análise de conteúdo segundo Bardin (2018). De acordo com os resultados obtidos, constatamos que é atribuído um significado positivo, mas também negativo relativamente à presença da família no Serviço de Urgência. Foram evidenciados os benefícios atribuídos à presença da família num serviço de urgência como também os aspetos desfavoráveis, os quais se encruzavam. Emergiram deste estudo, um conjunto de sugestões que nos proporcionam uma visão do que se pode melhorar de modo a favorecer a presença da família em contexto de serviço de urgência.
Family is a group of people linked by consanguinity, affinity, emotional or legal relationship, working as a system (International Classification for Nursing Practice, 2015) or it could also be based solely on affection: strong emotional links, sense of belonging and association durability (Wright and Leahey 2011). When a family is facing difficulties due to illness or any other issue, it activates a wide array of resources to grant support and give response to the specific necessities of its members. Taking this into consideration it is easier to understand the impact created in the family working system when one of its members is facing an illness process and at the same time how the family response will specifically affect the health status of this member (Martins, 2002). In the area of heath care system in Portugal, Emergency Services are still the main entry door of National Health care System. The presence of a relative may have a significant importance not only when it comes to security or well being of the patient and their family. It may also affect positively the work of health care professionals. According to the law 33/2009 "Any citizen admitted to an Emergency Service has the rigth of being accompanied by a person indicated by itself ant they have also the right of being informed about this right at the time of admission into the service"(2009, p. 4467). The present investigation comes out in this context and it has as a main aim to know the perspective of nurses and family regarding the companion during a recovery process to improve the health care service in this area. To carry out this investigation we opted for qualitative analysis with exploratory and descriptive character. With regard to the data collection strategy we opted for the semistructured interview, directed to nurses and relatives of patients in Emergency Service in a Hospital of the Northern Region. Data was analyzed by means of an specific data analysis technique following Bardin (2018). According to the results obtained in the study, we confirmed that it was attributed a positive meaning despite pointing out some negative aspects regarding the presence of the family in the Emergency Service. There were highlighted some benefits regarding the presence of the family in the Emergency Service as well as the negative aspects, which were interweaved. A number of suggestions arose from this study, providing us with a wide vision about what could be carried out to enhance the presence of family in the Emergency Service context.