Avaliação do impacto da fadiga nas atividades de vida diária em indivíduos com esclerose múltipla

Publication year: 2015

A Fadiga é dos sintomas mais frequentes em doentes com Esclerose Múltipla e que pode ter impacto nas suas atividades de vida diária.

Objetivos:

Caracterizar os indivíduos com esclerose múltipla do ponto de vista sociodemográfico, clínico e relativamente à fadiga; relacionar a fadiga com a independência funcional em indivíduos com esclerose múltipla.

Metodologia:

Trata-se de um estudo exploratório, descritivo e correlacional. A amostra é constituída por 276 indivíduos que responderam ao questionário que explorava a situação sociodemográfica e clínica, a fadiga (FSS, MFIS, Escala Analógica Visual) e a independência funcional (Índice de Barthel).

Resultados:

Dos 276 participantes, a maioria são mulheres (74,6%), casados (56,9%), idade média de 40,03 anos, com nível de educação elevado e profissionalmente ativos (55,1%); 64,9% tem esclerose múltipla há menos de 10 anos e 40% dos indivíduos refere ter tido surtos no último ano. As principais queixas referidas são fadiga (83,4%), desequilíbrio da marcha (50,2%), diminuição da atenção e concentração (50,2%) e dormência/parestesias (46,5%). Quando agrupados em categorias, os problemas motores, onde se enquadra a fadiga, prevalecem em 31,2%. Apenas 2,2% da amostra faz referência a fármacos específicos para a fadiga. A prevalência da fadiga determinada pelas escalas MFIS e FSS foi de 61,2% e 74,3%, respetivamente. Verificou-se uma correlação moderada negativa, mas estatisticamente significativa, entre o Índice de Barthel e as escalas de avaliação da fadiga, parecendo que graus de independência baixos estão associados a níveis elevados de fadiga; o Controlo Urinário, Subir e descer escadas e Alimentação, são os itens que apresentam valores de correlação mais altos e com elevado nível de significância estatística.

Conclusões:

O reconhecimento do problema que é a fadiga para os indivíduos com esclerose múltipla e a relação desta com as atividades de vida diária é crucial no acompanhamento destes doentes, em todas as etapas do processo de reabilitação.
Fatigue is the most common symptoms in patients with multiple sclerosis and can have an impact on activities of daily life.

Aim:

To characterize patients with Multiple Sclerosis sociodemographic, clinical point of view and with regard to fatigue; relate fatigue to the functional independence in patients with multiple sclerosis.

Methods:

This is an exploratory, descriptive and correlational study. The sample consisted of 276 individuals who responded to the questionnaire that explored the sociodemographic and clinical situation, fatigue (FSS, MFIS, Visual Analog Scale) and functional independence (Barthel Index).

Results:

Of the 276 participants, the majority are women (74.6%), married (56.9%), mean age 40.03 years, with high level of education and professionally active (55.1%); 64.9% had multiple sclerosis for less than 10 years and 40% of subjects reported having relapses last year. The main complaints reported are fatigue (83.4%), gait imbalance (50.2%), decreased attention and concentration (50.2%) and numbness/paresthesia (46.5%). When grouped into categories, motor problems, where fatigue fit to prevail in 31.2%. Only 2.2% of the sample refers to specific drugs to fatigue. The prevalence of fatigue determined by the MFIS and FSS scales was 61.2% and 74.3%, respectively. There was a negative moderate correlation but statistically significant between the Barthel Index and fatigue rating scales, looking like low levels of independence are associated with high levels of fatigue; the Controlling bladder, Ascend/descend stairs and Feeding, are the items that have higher correlation values and a high level of statistical significance.

Conclusion:

Recognition of the problem is fatigue for individuals with multiple sclerosis and its relationship with the activities of daily living is crucial in monitoring these patients, at all stages of the rehabilitation process.