Publication year: 2013
INTRODUÇÃO:
As Diretrizes Curriculares para os Cursos de Enfermagem afirmam que a estrutura dos cursos deve garantir um ensino crítico, reflexivo e criativo, orientado pelo princípio de ação-reflexão-ação. Acompanhando os movimentos nacionais, o Curso de Enfermagem da Universidade Estadual de Londrina (UEL) realizou mudanças curriculares, que culminaram na proposição do Currículo Integrado em 2000. Várias avaliações desse currículo foram realizadas, mas nenhuma sob o enfoque da competência crítica e reflexiva. OBJETIVO:
Analisar a formação crítica e reflexiva no contexto de um currículo integrado. PERCURSO METODOLÓGICO:
Realizou-se uma pesquisa qualitativa, cujo método de interpretação foi a hermenêutica-dialética. O estudo foi realizado no Centro de Ciências da Saúde da UEL. O foco foi o Curso de Graduação em Enfermagem. Os sujeitos da pesquisa foram os docentes que vivenciam o projeto pedagógico do Currículo Integrado. Nas entrevistas, buscou-se verificar a percepção de docentes sobre o que vem a ser a competência crítica-reflexiva, como desenvolver essa capacidade e o que tem sido realizado no Curso para esse fim. Concomitante às entrevistas foram analisadas as resoluções e deliberações relativas às alterações do projeto pedagógico ocorridas no período de 2000 a 2012 e dois livros publicados sobre o currículo. RESULTADOS:
A análise dos documentos revelou que o Currículo Integrado sofreu alterações para possibilitar sua viabilização na prática, tendo em vista condicionantes não sopesadas quando de sua concepção. Ainda assim, os princípios filosóficos e socioculturais conservaram-se inalterados e levam em conta uma reflexividade de cunho sociocrítico e emancipatório.Com base nos referenciais de pensamento crítico e reflexivo de Schön e Freire, identificaram-se duas categorias empíricas oriundas das concepções do pensamento crítico manifestadas pelos professores: uma tradicional-liberal e uma concepção mista, na qual foram identificados elementos relacionados a uma visão sociocritica e emancipatória da competência crítica e reflexiva. As categorias empíricas em relação à prática docente foram:
levar estudante a relacionar os conteúdos teóricos à prática; fazer perguntas, aplicar metodologias ativas e usar processos avaliativos. Quanto às fortalezas foram mencionadas:
a integração de conteúdos básico-clínico, a manutenção das áreas de conhecimento e as metodologias ativas. As fragilidades foram:
o tempo restrito, o contexto do processo de trabalho docente, o despreparo e a falta de intencionalidade do professor e a postura do estudante frente à nova situação de aprendizado. CONCLUSÃO:
Conclui-se que o pensamento e a atitude docente em relação a sua própria reflexão-ação e ao que preconiza o Currículo Integrado no que diz respeito ao pensamento crítico e reflexivo precisam ser revisitados a fim de resgatar a proposta pedagógica original. Espera-se que este trabalho possa instrumentalizar as escolas de Enfermagem que tem um Currículo Integrado ou que estão em processo de reformulação curricular.
INTRODUCTION:
Curriculum Guidelines for Nursing Courses claim that the structure of the courses must secure a critical, reflective and creative teaching, guided by the action-reflection-action principle. Following national movements, the Nursing course at the State University of Londrina (UEL) made curriculum changes that culminated in the proposition of the Integrated Curriculum in 2000. Several evaluations of this curriculum were made, but none under the approach of critical and reflective competency. OBJECTIVE:
To analyze the critical and reflective training in the context of an integrated curriculum. METHODOLOGY:
We conducted a qualitative study using the dialectical-hermeneutic interpretation method. The study was conducted at the Center for Health Sciences at UEL. The focus was on the Undergraduate Program in Nursing. The subjects were teachers who experience the pedagogical project of Integrated Curriculum. In the interviews, we sought to verify the perception of teachers about what they consider to be the critical-reflective competence, how to develop this ability and what has been done in the course for this purpose. Concurrent to the interviews, resolutions and deliberations were analyzed concerning the pedagogical changes that occurred in the period from 2000 to 2012 and two books published about the curriculum. RESULTS:
The analysis of the documents revealed that the Integrated Curriculum has changed to enable its feasibility in practice in view of constraints not considered when it was designed.Still, the philosophical and sociocultural principles kept unchanged and take into account a socio-critical and emancipatory reflexivity. Based on the benchmarks of SchÃ÷n and Freires critical and reflective thinking, two empirical categories were identified, derived from conceptions of critical thinking expressed by teachers: a traditional-liberal one and a mixed one, in which elements have been identified related to a socio-critical and emancipatory point of view of the critical and reflective competence. The empirical categories in relation to the teaching practice were:
lead student to relate the theoretical contents to the practice, ask questions, apply active methodologies and use evaluation processes. Regarding positive aspects, the following ones were mentioned: the integration of basic and clinical contents, the maintenance of areas of knowledge and active methodologies. Weaknesses were:
limited time, the context of the teaching process, the teachers unpreparedness and lack of intentionality and the students attitude towards the new learning situation. CONCLUSION:
We concluded that the thought and teaching attitude regarding his/her own reflection-action and advocating the Integrated Curriculum with regard to critical and reflective thinking need to be revisited in order to re-establish the original pedagogical proposition. It is hoped that this work can equip Nursing Schools that have an integrated curriculum or are in the process of curriculum reform.