Implicações da incontinência urinária na sexualidade da mulher

Publication year: 2015

A incontinência urinária é uma patologia frequente nas mulheres sendo expectável que a incidência aumente concomitantemente com a idade. Constitui-se como um problema de saúde, com repercussões a nível físico/psicológico/social e económica, originando uma baixa qualidade de vida com um impacto negativo na vida sexual.

Objetivos:

Este estudo teve como objetivo perceber as implicações da Incontinência urinária na Sexualidade da Mulher; identificar os constrangimentos de ordem sexual das mulheres com incontinência urinária bem como as estratégias e os recursos mobilizados pelas mulheres. Pretende-se que este estudo se constitua como ponto de partida para a concepção de programas de intervenção direccionados para a saúde da mulher com IU, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e dos cuidados de enfermagem no atendimento da mulher com Incontinência Urinária.

Metodologia:

Trata-se de um estudo de natureza qualitativa do tipo exploratório e descritivo utilizando como instrumento de recolha de dados a entrevista semi estruturada realizada entre janeiro e fevereiro de 2014, a mulheres inscritas numa unidade de saúde da região Norte e portadoras de IU. A amostra foi constituída por 17 mulheres. Os discursos foram analisados com recurso à técnica de análise de conteúdo com respetiva codificação.

Resultados:

A incontinência urinária revela implicações na sexualidade da mulher, de nível físico, traduzidas por disfunções sexuais, fundamentalmente, a diminuição da líbido, a diminuição do prazer e a dispareunia e de nível emocional pelo medo de perder urina no ato sexual e vergonha. Estes fatores provocam restrição da atividade social da mulher, no entanto, revelam estratégias para minimizar o problema.

Conclusões:

A IU é um problema de saúde que não coloca em risco a vida da mulher, mas perturba o seu bem-estar físico e psicológico. Existe um enorme desafio da enfermeira especialista em enfermagem de saúde materna e obstétricia no sentido de contribuir para a prevenção da IU, assim como, na melhoria da qualidade de vida das mulheres com esta patologia, com intervenções de enfermagem centrada na pessoa, nas vivências relativas à IU e, nas implicações que esta patologia tem na sexualidade.
Urinary incontinence is a common condition in women and it is expected that its incidence increases with age. It is characterized as a health problem, affecting physical/ psychological/ social and economic levels, resulting in a low quality of life with a negative impact on sexual life.

Goals:

This study aims to understand the sexual experiences of women with urinary incontinence; identify limitations related with the sexual activity of women with urinary incontinence as well as strategies and resources they create to cope with it. This study tries to create a starting point for designing targeted intervention programs for women's health with UI, contributing to improving the quality of life and nursing care of women with UI.

Methodology:

It is a qualitative study, exploratory and descriptive using data of semi-structured interviews conducted in January and February 2014, of women registered in a health unit in the northern region who suffer from UI. The sample consisted of 17 women. The speeches were analyzed using content analysis technique with respective coding.

Results:

Urinary incontinence reveals implications for women's sexuality at the physical level, translated by sexual dysfunction, essentially, such as decreased libido, decreased pleasure and dyspareunia and emotional level by fear of losing urine during sex and embarrassment. These factors cause restrictions in social activities of women, however, reveal strategies to minimize the problem.

Conclusions:

The UI is a health problem that does not endanger the woman's life, but disrupts her physical and psychological well-being. There is a huge challenge that lies with the EESMO to contribute in the prevention of UI, as well as improving women's quality of life with this condition, with nursing interventions focused on the person, the experiences related to the UI and the implications that this disease has on sexuality.