A reconstrução da autonomia do adulto jovem após um acidente vascular cerebral gerador de dependência no autocuidado
Publication year: 2019
O acidente vascular cerebral (AVC) encontra-se nos primeiros lugares da lista de causas de morte a nível mundial, sendo uma causa major de incapacidade funcional no adulto. Nos últimos anos tem-se observado um aumento significativo na incidência desta patologia nas pessoas mais jovens acompanhado pelo o aumento da incapacidade física, com repercussões ao nível na execução do autocuidado. Vivenciar uma transição saúde-doença, acarreta alterações profundas na vida de quem experimenta um processo desta natureza, nomeadamente quando se trata de um adulto jovem. Foi realizado um estudo qualitativo de carácter exploratório e descritivo, tendo como objetivos, explorar, descrever e compreender a perspetiva do adulto jovem sobre o processo de reconstrução da sua autonomia após um AVC gerador de dependência no autocuidado. Optou-se pela entrevista não estruturada, dirigida a seis (N= 6) adultos jovens sobreviventes de AVC. A análise das narrativas das entrevistas foi realizada com recurso à análise de conteúdo. Desta emergiram nove (9) categorias: pontos e eventos críticos; alterações na condição de saúde; consciencialização; envolvimento; condições facilitadoras pessoais e sociais; condições inibidoras pessoais e sociais; indicadores de processo; indicadores de resultado; e cuidados informais. Os resultados sugerem que este percurso se inicia com o evento crítico, o AVC, responsável por mudanças na condição de saúde dos participantes, principalmente ao nível do desempenho do autocuidado. A sua recuperação pressupõe envolvimento, o qual acontece quando existe consciencialização das mudanças. A vivência da transição está rodeada por um conjunto de fatores que podem facilitar ou obstaculizar este percurso. É possível ainda inferir a existência de indicadores de processo relacionados com a ligação dos participantes aos profissionais de saúde e com estratégias de adaptação à nova situação, bem como, a existência de indicadores de resultados, os quais reportam fundamentalmente à mestria e o retorno à vida social. Sendo cada percurso vivenciado individualmente, os enfermeiros devem ajustar as suas práticas recorrendo às terapêuticas de enfermagem revelando-se verdadeiros facilitadores da transição saúde-doença vivida por cada sobrevivente do AVC em geral, e em particular pelo adulto jovem.
The stroke stands in the frontline regarding the list of the world death causes, being itself a major cause of adult functional incapacity. Lately, we have been watching a significant increase in the incidence of this pathology in younger adults followed by a physical incapacity rise, with consequences in terms of the self-care. To undergo a health-disease transition provides profound modifications viewing the life of those who experience such a process of this nature, particularly when it comes to a young adult life. A descriptive, qualitative, and exploratory study has been conducted, which goals pretend to explore, describe and understand the young adult perspective about the autonomy reconstruction process after a self-care dependency triggering stroke. The non structured interview was selected and forwarded to six (6) young adults, who have survived after a stroke. The analysis of the interviews was performed through content analysis. From this last one, nine (9) categories have emerged: points and critical events; health condition alterations; awareness; engagement; personal and social facilitating conditions; personal and social inhibiting conditions; process indicators; outcome indicators and informal care. The results sugest that this pathway begins with a critical event, the stroke, responsible for the modifications in participants` health condition, mostly referring to the self-care performance. Its recovery assumes engagement, which happens when there is awareness of the changes. The living process of the transition is surrounded by a group of factors that might ease up or handicap all this course. Still, it is possible to imply the connection between the participants and the health professionals and with the adaption strategies to the new situation, as well as the existence of result indicators, which basically apply to the social life and mastery. Since each journey is individually experienced, the nurses should adjust their pratice based on the Nursing healing theurapeutics becoming real facilitatiors of the health-disease transition perceived by each stroke survivor, in general, and, in particular, by the young adult.