Capacitação dos cuidadores informais de pessoas vitimas de traumatismo crânio encefálico: intervenção dos enfermeiro
Publication year: 2018
Em Portugal o traumatismo crânio encefálico (TCE) representa uma das principais causas de incapacidade. Apesar dos avanços nos cuidados de saúde hospitalares permitirem que mais sobreviventes de TCE vivam no domicílio, cuidados pelas famílias, este evento súbito e inesperado dá pouca margem aos cuidadores informais para prestarem cuidados de qualidade. Alguma da evidência disponível dá conta da necessidade dos enfermeiros envolverem as famílias o mais precocemente possível, capacitando-as e minimizando as consequências negativas associadas à falta de informação, preparação e de suporte recebidos. A investigação realizada teve por base um estudo qualitativo, exploratório e descritivo com o objetivo de descrever as intervenções promotoras de capacitação, realizadas pelos enfermeiros, aos cuidadores da pessoa vítima de TCE, internados no serviço de Neurocirurgia. Os participantes que integraram o estudo foram selecionados por conveniência (N=15). A recolha de dados foi efetuada através da entrevista semiestruturada, realizada aos enfermeiros a trabalhar num serviço de neurocirurgia. Os dados recolhidos foram gravados e transcritos, tendo sido, posteriormente, sujeitos a análise de conteúdo de acordo com os pressupostos teóricos de Bardin.
Da análise das narrativas das entrevistas dos participantes emergiram cinco categorias:
(i) diagnóstico da situação; (ii) dotação de conhecimentos; (iii) avaliação de capacidades; (iv) barreiras percebidas e; (v) potencializadores percebidos. Os resultados apontam para a necessidade de melhorar a organização do processo de planeamento da alta clínica, permitindo um continuum de cuidados prestados pelas famílias. O estudo apresentado permite uma reflexão aprofundada sobre a problemática da capacitação dos cuidadores informais de sobreviventes de traumatismo crânio encefálico. Possibilita, também, melhorar as práticas dos enfermeiros em geral, e em particular, a capacitação dos cuidadores de pessoas vítimas de um traumatismo crânio encefálico.
Traumatic brain injuries (TBI) represent one of the main causes of disability in Portugal. Although advances in hospital health care allow more TBI survivors to live at home, cared by family members, such a sudden and unexpected event does not allow informal caregivers to provide quality care. Available evidence accounts for the need that nurses must to involve families as early as possible, training them and minimizing the negative consequences associated with the lack of information, preparation and support received. The research was based on a qualitative, exploratory and descriptive study with the purpose of describing interventions which promote training caregivers of TBI survivors admitted in Neurosurgery units by nurses. Participants were selected for convenience (N = 15). Data collection was performed through semi-structured interviews to those nurses working in a neurosurgery unit. The interviews were recorded and transcribed and later analysed according to Bardin’s theoretical approach. From the analysis of the participants´ narratives five categories emerged: (i) situation diagnosis; (ii) endowment of knowledge; (iii) capacity assessment; (iv) perceived barriers and (v) perceived enhancers. The results obtained point to the need to improve the organization of the clinical discharge planning processes, allowing a continuum of care provided by families. This study allows an in-depth reflection on the improvement of skills in informal caregivers of TBI survivors. In addition, this study improvement of nurses' practices in general, and in particular, the training of caregivers of people who suffer from traumatic brain injury.