Cuidados ao cordão umbilical do recém-nascido

Publication year: 2016

O coto umbilical é um local propício à colonização de bactérias podendo originar infeções com elevado risco de vida para o recém-nascido. A existência de uma vasta diversidade de práticas nos cuidados ao coto umbilical, desencadeia dúvidas sobre qual a melhor e mais eficiente prática a adotar. Na prestação de cuidados de enfermagem especializada ainda não há práticas uniformizadas nos cuidados ao coto umbilical do recém-nascido.

Objetivos:

Identificar a melhor prática de enfermagem para os cuidados ao cordão umbilical do recém-nascido. Verificar se os cuidados prestados com a técnica dry care, em comparação com o uso de solutos, fornece melhor evidência científica na prevenção da infeção e na promoção adequada da queda do coto umbilical do recém-nascido.

Metodologia:

Foi realizada uma revisão sistemática da literatura segundo a metodologia PICO (Problema, Intervenção, Comparação e Outcomes). Dos 67 artigos encontrados na plataforma Web of Science foram incluídos 10 para análise final segundo os critérios de inclusão estabelecidos. Foi aplicada a escala Oxford Centre for Evidence-Based Medicine para avaliação da qualidade dos estudos e atribuição dos níveis de evidência. A seleção dos estudos e a extração dos dados foi realizada de forma independente por dois revisores.

Resultados:

A evidência científica encontrada foi de elevada qualidade resultando de estudos de nível I e II. Dos 67 artigos, 60% evidenciam que a técnica dry care reduz o tempo de queda do coto umbilical, quando comparado com a aplicação de solutos. A técnica dry care reduz o risco de infeção quando comparado com a aplicação de solutos, contudo, nos países subdesenvolvidos em que a taxa de incidência de infeção e mortalidade neonatal é elevada, é adequado optar pela aplicação de antissépticos. A clorexidina apesar de atrasar o tempo de queda do coto umbilical é considerado o antisséptico mais adequado nos cuidados ao coto umbilical do recém-nascido nos países subdesenvolvidos.

Conclusões:

Nos países desenvolvidos, como é o caso de Portugal, sugere-se a implementação, na prática clínica das intervenções de enfermagem, o uso da técnica dry care, de forma a diminuir o tempo de queda e o risco de infeção nos cuidados ao coto umbilical do recém-nascido.
The umbilical stump is a place conducive to the colonization of bacteria which can cause infections with high risk of life for the newborn. The existence of a wide diversity of practice in the care of the umbilical stump, triggers questions about the best and most efficient practice to adopt. In providing specialized nursing care there is still no uniform practices in the care of the umbilical stump of the newborn.

Objectives:

Identify the best nursing practice for the care of the umbilical cord of the newborn. Check if the care with dry care technique, compared with the use of solutes provides best scientific evidence for the prevention of infection and promoting proper fall of the umbilical stump of the newborn.

Methods:

A systematic literature review was performed according to the PICO methodology (Problem, Intervention, Comparison and Outcomes). Of the 67 articles found in Web of Science platform 10 were included for final analysis according to established inclusion criteria. Oxford Centre scale for Evidence-Based Medicine to evaluate the quality of studies and allocation of levels of evidence was applied. The selection of studies and data extraction was performed independently by two reviewers.

Results:

The scientific evidence was found of high quality level resulting I and II studies. Of the 67 articles, show that the 60% dry care technique reduces the umbilical stump drop time compared to the use of solutes. The dry care technique reduces the risk of infection when compared to the application of solutes, however, in developing countries where the incidence of neonatal infection and mortality is high, it is appropriate to choose to apply antiseptic. Chlorhexidine despite delay the umbilical stump fall time is considered the most appropriate antiseptic in the care of the umbilical stump of the newborn in developing countries.

Conclusions:

In developed countries, such as Portugal, it is suggested to implement in clinical practice of nursing interventions the use of dry care technique in order to reduce the fall time and the risk of infection in the care of the umbilical stump the newborn.