Reabilitação funcional após acidente vascular cerebral: resultados de uma unidade de convalescença
Publication year: 2015
O Acidente Vascular Cerebral é uma das principais causas de mortalidade e morbilidade em todo mundo, responsável pela perda de capacidades, quer física quer cognitiva, tendo desta forma grande repercussão na qualidade de vida dos indivíduos. Face a esta problemática, surge a necessidade de ser discutido o processo de reabilitação funcional do doente após ocorrência do AVC. Realizamos um estudo retrospetivo de abordagem quantitativa, de carácter exploratório e descritivo numa amostra não probabilística por conveniência, constituída por 162 participantes com uma média de idades de 73,6 ± 10,6 anos, maioritariamente mulheres (53,1%), com o diagnóstico de AVC que realizaram programa de reabilitação na Unidade de convalescença. O objetivo principal do estudo consistiu em ser avaliado o grau de dependência nas atividades de vida diária (AVD) dos participantes que sofreram AVC, no momento da admissão na Unidade de Convalescença e no momento da alta clínica, segundo o Índice de Barthel. Relativamente aos resultados obtidos, salientamos que o participante mais novo tinha 30 anos e o mais velho 90 anos, a maioria dos pacientes sofreu AVC isquémico (84,6%), o subtipo mais comum foi o LACI (37%). Os AVC´s hemorrágicos representaram cerca de 15,4% da nossa amostra, o fator de risco mais comum foi a HTA, sendo a HTA associada a FA (47,5%), os dois principais fatores de risco da nossa população. No final do programa de reabilitação cerca de 62,3% dos participantes eram autónomos na satisfação das AVD, o grau de dependência da nossa população sofreu diferenças estatisticamente significativas entre os dois momentos de avaliação (p<0,05). Nos diferentes tipos de AVC, as AVD mais afetadas foram a eliminação urinária e intestinal e as que melhor responderam ao programa de reabilitação foram as relacionadas com a mobilidade: as transferências e o subir/descer escadas. Verificamos que a idade se correlaciona negativamente com todas as AVD e que as AVD se correlacionam positivamente (r> 0) entre si. Através do teste t para amostras emparelhadas, verificou-se que existe uma melhoria significativa nos níveis médios das AVD, desde o momento da admissão até ao momento da alta clínica. Esta conclusão verifica-se quer ao nível das AVD em particular, quer no grau de dependência em geral.
The Stroke is one of the main causes of mortality and morbidity worldwide, responsible for the loss of abilities, physical and mental, that lead to major repercussions in the individual’s quality of life. In view of this issue, the need for discussion arises, concerning the functional rehabilitation process of the patient in the aftermath of a Stroke. This is a study conducted in retrospect, from a quantitative approach, in a exploratory and descriptive manner. In a non probabilistically convenience sample, consisted of 162 participants with an average age of 73,6 ±10,6 years, containing a higher percentage of women (53,1%). All subjects were stroke patients and part of the rehabilitation program in the Convalescence Unit. The main objective of the study was to analise the evolution of the dependency degree on activities of daily living of participants suffering from stroke, from the moment of their admission into the Convalescence Unit to the moment of clinical discharge, using the Barthel Index. The ages of the participants ranged from 30 to 90 years, with the majority suffering from Ischemic stroke (84,6%), and the most common sub type was LACI (37%). Hemorrhagic stroke patients represented close to 15,4% of the sample, with HTA as the predominant risk factor. HTA in association with FA (47,5%) is the main combination of risk factors in the sample. At the end of the rehabilitation program, about 62,3% of participants were autonomous in the context of activities of daily life. There is statistical evidence (p-value < 0,05) of different degrees of dependence for each moment, admission and discharge. In different types of strokes, the most affected activities of daily life were the bowel and bladder control, and the most responsive to the rehabilitation process were those related to mobility: the transfers and stair climbing. The study has also concluded that there is a negative correlation between age and all activities of daily life, and there is also a positive correlation within the different activities of daily life. The mean comparison T test conducted on related samples for each activities of daily life, comparing degrees of dependence in discharge and admission, revealed a significant improvement in patients from admission to discharge, in each activities of daily life and in the overall dependence.