Fatores relacionados aos estágios de mudança de comportamento em saúde de adolescentes com diabetes tipo 1

Publication year: 2018

O estudo teve como objetivo investigar os fatores relacionados aos estágios de mudança de comportamento em saúde de adolescentes com Diabetes Tipo 1 usuários de um ambulatório de Diabetes. Pesquisa observacional, descritiva, transversal realizada em um ambulatório de pediatria de um hospital de referência do município de Fortaleza. Participaram do estudo adolescentes de 10 a 19 anos em acompanhamento há pelo menos 1 mês. Realizou-se entrevista individualizada mediante um instrumento, validado previamente a coleta, contemplando dados sóciodemográficos, clínicos, atividades de autocuidado em saúde e estágios de mudança do comportamento e suporte social. O estudo teve como suporte teórico o modelo transteórico. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer 2.266777. Participaram da pesquisa 97 adolescentes, no qual a faixa etária prevalente foi dos 13 aos 15 anos. A média de tempo de diagnóstico de diabetes foi de mais de 1,1 a 3 anos, com renda 1501 a 2500 reais.. Quanto aos aspectos de saúde, quase 80% dos participantes já tinham histórico de internação prévia. Menos da metade dos adolescentes frequentavam grupos de educação em diabetes. A média de valor de hemoglobina glicada foi de 7,22%. Sobre a monitorização glicêmica, a grande maioria relatou faze-la de 4 a 7 dias na semana, dados semelhantes quando questionados sobre a aplicação de insulina. No que concerne os estágios de mudança do comportamento (EMC), houve predomínio, com mais de 50% dos adolescentes, na fase de manutenção, com exceção do autocuidado atividade física, no qual essa fase correspondeu a 37%. Quando correlacionado os dados sóciodemográficos com os EMC para identificar quais os fatores que poderiam influenciá-los, obteve-se que para o autocuidado alimentação saudável os fatores que apresentaram significância estatística foram a faixa etária, o tempo de diagnóstico e a renda familiar, fatores também significativos para o autocuidado atividade física, porém para este foi acrescido o fator anos de estudo. Já com relação a monitorização glicêmica, os fatores foram a faixa etária, tempo de diagnóstico e anos de estudo, os mesmos para a insulinoterapia com exceção da renda. Quando correlacionado o valor de hemoglobina glicada (HB1Ac) com as atividades de autocuidado e os estágios de mudança do comportamento do modelo transteórico, obteve-se que os jovens que disseram ter uma alimentação saudável apresentaram menores índices de HB1Ac do que aqueles que disseram não ter a prática de alimentação saudável, resultado semelhante para quem pratica atividade física que apresentam taxas de glicada menores. Com relação ao suporte social, para todas as atividades de autocuidado, os resultados demonstram que os adolescentes em fase de manutenção apresenta os maiores médias de apoio familiar e de amigos. O estudo revelou que são vários os fatores que podem interferir na mudança de comportamento do indivíduo para um determinado autocuidado, com isso ressalta-se a importância da personalização das intervenções educativas com o objetivo de alcançar a maior efetividade na sensibilização para a mudança de comportamento ou estratégias mais eficazes para a manutenção desse comportamento. (AU)