Prevenção de acidentes domésticos na criança: comportamento parental

Publication year: 2017

Enquadramento:

Os comportamentos dos pais cada vez mais interferem na prevenção de acidentes domésticos e de lazer nas crianças, pois são eles que passam a maior parte do tempo com as crianças. Isso implica especial atenção sobretudo para as que se encontram na faixa etária dos zero aos seis anos, cujo desenvolvimento é rápido e sempre influenciado pelo ambiente que as rodeia.

Objetivos:

Identificar os comportamentos dos pais face à prevenção de acidentes domésticos na criança; determinar as variáveis sociodemográficas que têm repercussões nos comportamentos dos pais face à prevenção de acidentes domésticos na criança; analisar a influência das variáveis contextuais à criança e contextuais de acidentes domésticos e de lazer persecutórias dos comportamentos dos pais face à prevenção de acidentes domésticos na criança.

Metodologia:

Estudo quantitativo, transversal, descritivo e correlacional, numa amostra não probabilística por conveniência, constituída por 120 pais de crianças que recorreram ao serviço de pediatria, consulta externa de pediatria e urgência pediátrica num hospital da zona norte do país. Recorreu-se a um questionário de autopreenchimento, elaborado para o efeito (ad hoc), que comporta questões de caracterização sociodemográfica, questões relativas à criança, aos acidentes domésticos ou de lazer e referentes ao comportamento dos pais face à prevenção de acidentes na criança.

Resultados:

Os pais têm em média 35,6 anos de idade e as mães 33,3 anos, a maioria coabita com companheiro(a) (74,2%), em meio urbano (56,7%). Maioritariamente as mães (40.8%) possuem o Ensino Superior e os pais (44,9%) Ensino Básico. As crianças na sua maioria (44,2%) tem idade igual ou superior a 3 anos, 91,7% vivem com os pais, 54,2% têm irmãos e 55% residem em meio urbano com condições sanitárias adequadas. Todas as crianças fazem vigilância de saúde, na sua maioria saudáveis (72,3%) e com número de horas de sono adequado (87%). Das crianças (14,2%) que sofreram acidentes, o tipo mais comum foi as quedas, seguindo-se os cortes e as queimaduras, em casa, na presença dos pais. As mães com idade ≥ 41 anos relatam comportamentos pouco adequados na prevenção de acidentes domésticos (p=0.045). Os pais que coabitam com companheiro revelam melhores comportamentos na prevenção de acidentes (p=0.031) e os pais cujos filhos sofreram um acidente revelaram um comportamento preventivo pouco adequado (p= 0.033) com relevância estatística.

Conclusão:

Os resultados apontam para a necessidade de continuar a preparar os pais para desenvolverem estratégias e medidas de prevenção adequadas para que as crianças, desde que nascem estejam seguras no ambiente domiciliar.

Background:

Parents' behaviors increasingly interfere with the prevention of domestic and leisure accidents in children, as they are the ones who spend most time with children. This implies special attention, mostly to the ones between in the age range from zero to six years old, whose development is fast and always influenced by the surrounding environment.

Objectives:

To identify parents' behavior regarding the prevention of domestic accidents in children; To determine which sociodemographic variables have repercussions in parent’s behavior towards prevention of domestic accidents in children; To analyze the influence of contextual variables on children and contextual domestic and leisure accidents in pursuit of parents' behaviors to the prevention of domestic accidents in children.

Methodology:

A quantitative, transversal, descriptive and correlational study, in a non - probabilistic sample for convenience, consisting in 120 parents of children who used the pediatrics service, external pediatric consultation and pediatric urgency at a hospital in the northern part of the country. It was used a self-completion questionnaire, which was built for this work (ad hoc), which includes questions related to socio-demographic characterization, children, domestic or leisure accidents, and related to parents' behavior towards prevention in children accidents.

Results:

Parents’ age vary from a mean age of 35.6 years old for fathers and 33.3 years old for mothers, and the majority lives with a partner (74.2%) in an urban environment (56.7%). Mostly mothers (40.8%) have Higher Education degrees whereas fathers (44.9%) only the Basic Education. Most children (44.2%) are aged 3 years old or more, 91.7% live with their parents, 54.2% have siblings and 55% live in urban areas with adequate sanitary conditions. All children undergo health surveillance, mostly healthy (72.3%) and with adequate hours of sleep (87%). Of the children (14.2%) who suffered accidents, the most common type was falls, followed by cuts and burns, at home, in the presence of parents. Mothers, aged ≥ 41 years, reported poor behavior in the prevention of domestic accidents (p = 0.045). Parents who live with their partners show better behavior in the prevention of accidents (p = 0.031) and parents whose children suffered an accident revealed a poor preventive behavior (p = 0.033) with statistical relevance.

Conclusion:

Results point to the need to continuously prepare parents for appropriate development of strategies and prevention measures so that children, from the time they are born, are safe in their home environment.