Doença renal infantil: qualidade de vida

Publication year: 2016

Introdução:

A crescente incidência de doenças crónicas, nomeadamente a patologia renal, dificulta o desfrutar de uma vida normal, dadas as modificações ocorridas no quotidiano.

Objetivos:

Caracterizar a qualidade de vida percebida pelas crianças com patologia renal que frequentam campos de férias e analisar a relação entre as variáveis sociodemográficas e clínicas.

Metodologia:

Estudo Ibérico descritivo-correlacional e transversal, misto: quantitativo e qualitativo. A amostra é composta por 29 crianças espanholas e 13 portuguesas, com patologia renal crónica, que frequentaram campos de férias com idades entre 7 e 17 anos. Utilizou-se a escala KINDL (Bullinger & Ravens-Sieberer, 1998a, 1998b), que contempla 7 dimensões: Bem-estar Físico, Bem-Estar Emocional, Autoestima, Família, Amigos, Escola e Situação Clínica. Agregaram-se 6 questões sociodemográficas e um bloco de notas.

Resultados:

Os participantes revelaram uma perceção positiva da qualidade de vida. A dimensão “Autoestima” foi a melhor percecionada e o “Bem-estar Emocional” a pior. As crianças de nacionalidade espanhola percecionaram melhor qualidade de vida. Relativamente às restantes variáveis, as diferenças não foram estatisticamente significativas. Pela análise de conteúdo efetuada aos testemunhos, emergiram sentimentos positivos, o que nos permite inferir que o campo de férias foi uma atividade que contribuiu para a socialização e melhoria da qualidade de vida das crianças.

Conclusão:

Estes dados revelam que seria benéfico um acompanhamento individualizado, mais direcionado às necessidades específicas de cada criança, por uma equipa multidisciplinar. Os campos de férias enquanto formativos e lúdicos são essenciais.

Introduction:

The increasing incidence of chronic diseases such as kidney disease, makes it difficult to appreciate a normal life due to the changes in lifestyle.

Objectives:

To characterize the quality of life perceived by children with kidney disease who attend summer camps as well as to analyze the relationship between the sociodemographic and clinical variables.

Methodology:

Iberian descriptive, correlational and cross-sectional study, mixed nature: quantitative and qualitative. The sample is composed of 29 Spanish children and 13 Portuguese with chronic kidney disease who are on summer camps with aged between 7 and 17 years. We used the KINDL scale (Bullinger & Ravens-Sieberer, 1998a, 1998b), which includes 7 dimensions: Wellness Physical, Emotional Wellness, Self-Esteem, Family, Friends, School and Location Clinic. They added up 6 questions of sociodemographic and a notepad.

Results:

The patients showed a positive perception of quality of life. "Self-esteem" dimension was the best perceived and "Emotional Well-being" the worst. Children with Spanish nationality percceived better quality of life. For the remaining variables, the differences were not statistically significant. The content analysis to the testimonies, emerged positive feelings, which allows us to infer that the summer camp was an activity that contributed to the socialization and improving the quality of life of children.

Conclusion:

These data show that an individual monitoring would be beneficial, targeted to the specific needs of each child, by a multidisciplinary team. The holiday camps as formative and ludic are essential.