Cultura de segurança do doente pediátrico

Publication year: 2015

Introdução:

A cultura de segurança consiste num conjunto de valores individuais e de grupo, de atitudes, percepções, competências e padrões de comportamento que determinam o compromisso com a segurança. Ao conhecer a cultura de segurança do serviço e organização é possível identificar pontos fortes, assim como aspectos problemáticos, devendo estes ser encarados como oportunidades para melhorar. Embora se acredite que é essencial investir no desenvolvimento de uma cultura de segurança sólida e positiva, os estudos realizados neste âmbito em contexto pediátrico são praticamente inexistentes.

Objectivo:

O objectivo geral consiste em avaliar a cultura de segurança do doente pediátrico percepcionada pelos profissionais de saúde, identificando assim áreas de intervenção prioritária em prol da segurança e qualidade dos cuidados prestados.

Metodologia:

Estudo quantitativo, de cariz descritivo-correlacional. A amostra é constituída por 167 profissionais de saúde do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. O instrumento utilizado baseia-se no Hospital Survey on Patient Safety Culture, traduzido e validado para a população portuguesa.

Resultados:

Dos resultados, salienta-se a dimensão “trabalho em equipa” que obteve isoladamente o valor mais positivo.

As dimensões consideradas problemáticas são:

“apoio à segurança pela gestão”, “frequência da notificação de eventos”, “profissionais” e “resposta ao erro não punitiva”, devendo ser merecedoras de intervenção prioritária. A percepção de cultura de segurança do doente pediátrico é influenciada pelas variáveis sociodemográficas e pela profissão. Constata-se ainda que uma grande maioria dos profissionais (79.6%) não notificou eventos/ocorrências nos últimos meses e que 63.5% nunca o realizou ao longo da sua vida profissional.

Conclusões:

Estes dados sugerem ser necessário investir a curto prazo numa política de segurança que promova a notificação voluntária e não punitiva de incidentes.

Introduction:

Safety culture is a set of individual and group values, attitudes, perceptions, competencies and patterns of behaviour that determine the commitment to safety. By knowing the service organization and safety culture is possible to identify strengths as well as areas of concern, which must be seen as opportunities to improve. Although it is believed that it is essential to invest in the development of a strong and positive safety culture, studies in this area in pediatric settings are virtually nonexistent.

Objective:

The overall objective is to evaluate the safety culture of the pediatric patient perceived by health professionals, therefore identifying priority areas of intervention for safety and quality of care.

Methodology:

Quantitative study of descriptive and correlational nature. The sample consists of 167 health professionals working in Coimbra University Hospital Center. The instrument used is based on the Hospital Survey on Patient Safety Culture, translated and validated for the Portuguese population.

Results:

The results highlight the dimension "teamwork" with the most positive value. Other dimensions are considered problematic, "hospital management support for patient safety", "frequency of event reporting", "staffing" and "non-punitive response to error" and should be worthy of priority intervention. The perception of the pediatric patient safety culture is influenced by sociodemographic variables and the profession. We also noted that a large majority of professionals (79.6%) did not report events/occurrences in recent months and 63.5% never held throughout his professional life.

Conclusions:

These data suggest a short-term need to invest in a security policy that promotes voluntary reporting and non-punitive incident.