Cultura de segurança do doente pediátrico num centro hospitalar da zona norte

Publication year: 2015

Enquadramento:

O doente pediátrico, pelas características inerentes ao seu desenvolvimento e crescimento está mais suscetível a sofrer eventos adversos. Torna-se importante que todos os profissionais orientem a sua prática de cuidados no sentido de construir e assegurar uma cultura de segurança do doente, de modo a alcançarem melhores níveis de segurança e de qualidade nos cuidados à criança.

Objetivo:

Identificar fatores que influenciam a perceção da cultura de segurança do doente pediátrico num centro hospitalar da região Norte.

Metodologia:

Estudo quantitativo, descritivo-correlacional e transversal, realizado a partir da aplicação da escala Hospital Survey on Patient Safety Culture (Agency for Healthcare Research and Quality, 2014), a uma amostra de 80 profissionais de saúde. São maioritariamente do sexo feminino (88,8%), com idades entre os 25 e os 61 anos, tendo a maioria entre 13 a 20 anos de experiência na prestação de cuidados à criança (30,0%%).

Resultados:

Do total da amostra, 81,3% não fez qualquer notificação de eventos/ocorrências nos últimos 12 meses. Apenas a dimensão “Trabalho em equipa” se revelou ser um ponto forte, as dimensões “Dotação de profissionais”, “Apoio à segurança do doente pela gestão”, “Resposta ao erro não punitiva” e “Frequência de notificação de eventos”, são aspetos “críticos/problemáticos”.

A perceção da cultura de segurança do doente pediátrico difere significativamente quanto às categorias dos fatores:

sexo, grupo etário, serviço onde trabalha, formação em segurança e gestão de risco e conhecimento do sistema nacional de notificação de incidentes.

Conclusão:

A cultura de segurança do doente pediátrico, percecionada pelos participantes no estudo, caracteriza-se como uma cultura de receio de resposta punitiva ao erro e de não notificação de eventos adversos. Consideramos que é importante refletir em conjunto nos aspetos identificados como mais críticos, para implementar medidas de melhoria e desenvolver uma cultura de segurança.

Background:

The pediatric patient, due to the characteristics inherent to his/her development and growth is more likely to suffer adverse events. It is important that all professionals guide their practice of care in order to build and ensure a patient safety culture, so that they can achieve better levels of safety and quality in childcare.

Objective:

To identify factors that influence the perception of the pediatric patient safety culture in a hospital of the North.

Methodology:

Quantitative, descriptive-correlational and cross-sectional study conducted from the application range Hospital Survey on Patient Safety Culture (Agency for Healthcare Research and Quality, 2014), to a sample of 80 health professionals. They are mostly female (88.8%), aged between 25 and 61 years, and most of them have between 13 and 20 years of experience in providing child care (30.0 %%).

Results:

Of the total sample, 81.3% hasn’t made any event/occurrences reports in the last 12 months. Only the dimension "Team Work" turned out to be a strength, the dimensions "Professional Allocation", "Support for Patient Safety by Management", "Response Not Punitive to Error" and "Frequency of Event Report", are "critical/problematic" aspects.

The perception of the pediatric patient safety culture differs significantly in the categories of factors:

gender, age group, service where he/she works, safety training and risk management and knowledge of the national system of incident reporting.

Conclusion:

The safety culture of the pediatric patient, perceived by the participants in the study, is characterised as a culture of fear of a punishing answer to error and the no report of adverse events. We believe it is important to consider together about the aspects identified as the most critical to implement improvement measures and develop a culture of safety.