Avaliação de boas práticas obstétricas e desfechos maternos em maternidade de referência

Publication year: 2019

Objetivou-se a adoção de boas práticas de atenção ao parto e nascimento e como repercutem nos desfechos maternos e neonatais em maternidade de referência no Ceará. Trata-se de um estudo observacional, com componentes descritivos e analíticos, corte transversal e análise quantitativa realizado na Maternidade Escola Assis Chateaubriand. A população foi as gestantes a termo, que vivenciaram o trabalho de parto na Maternidade no ano de 2017. A coleta de dados foi realizada no segundo semestre de 2018, através da das planilhas alimentadas com base na Ficha de monitoramento da atenção ao parto e nascimento da instituição. Os desfechos maternos avaliados foram tipo de parto e existência de laceração, enquanto os neonatais foram vitalidade do RN (Apgar no quinto minuto) e local de admissão do recém-nascido (alojamento conjunto ou unidade de internação). Já as variáveis independentes foram as práticas de atenção ao parto. E por fim as variáveis de controle foram as referentes à procedência, histórico gestacional e gestação atual. Para avaliar o papel de algumas variáveis como preditores para a ocorrência de desfechos maternos e neonatais, foram calculadas as oddis ratio (OR) e seus respectivos intervalos de confiança IC95% ajustados para o efeito do desfecho. Foi considerado dado estatisticamente significante aquele com p-valor<0,05. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da instituição sob parecer 2.855.683. As práticas uso do partograma, métodos não farmacológicos de alívio da dor, forma de início do trabalho de parto (espontâneo ou induzido), jejum, venóclise, uso de ocitocina, estágio do uso da ocitocina, amniotomia e dilatação na amniotomia foram as práticas que influenciaram na forma de nascer no presente estudo. Com relação à existência de laceração, apresentaram diferença estatística a presença do acompanhante e a prática de episiotomia. Quanto aos desfechos neonatais, o partograma e a manobra de Kristeller apresentaram associação com o apgar no quinto minuto. Partograma, jejum, presença do acompanhante e tipo de parto apresentaram associação com o local de internação do recém- nascido na maternidade. Conclui-se que houve prevalência do uso das boas práticas obstétricas. Identificou-se alta a taxa de venóclise. Sugere-se o estímulo à variação de posições de parto verticalizadas, ao contato pele a pele e adoção das boas práticas também no centro cirúrgico. As limitações encontradas foram as subnotificações e a impossibilidade de analisar a duração do trabalho de parto e da internação hospitalar e as intercorrências durante o parto. (AU)