Eficácia das técnicas de coleta para a adequabilidade da amostra colpocitopatológica: ensaio clínico randomizado controlado
Publication year: 2019
Objetiva-se testar a eficácia das técnicas de coleta para a adequabilidade da amostra colpocitopatológica. Trata-se de um estudo experimental, do tipo Ensaio Clínico Randomizado Controlado, no qual foram comparadas duas técnicas de coleta de esfregaços do Exame de Papanicolaou, elencadas em dois grupos: Grupo Controle (GC) (as células da ectocérvice foram imediatamente fixadas na lâmina e, após, coletou-se as células da endocérvice – recomendações brasileiras de 2006) e o Grupo Intervenção (GI) (as células da ectocérvice só foram dispostas na lâmina após a coleta das células endocervicais – recomendações de 2013). Estudo desenvolvido no Centro de Parto Natural Lígia Barros Costa (CPN), em Fortaleza-CE, nos meses de setembro de 2018 a julho de 2019. Ao final, obteve-se uma amostra de 184 mulheres no GC e 181 no GI, totalizando 365 participantes, alocadas por estratégia de randomização em blocos nos grupos citados. O cegamento foi garantido à paciente, ao citopatologista que avaliou a adequabilidade da amostra e à estatística. Os dados foram coletados por intermédio de um questionário contendo variáveis sociodemográficas, clínicas, sexuais e reprodutivas e referentes aos achados no laudo citopatológico. Os dados foram analisados com o auxílio do programa Software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 22.0, para Windows®, utilizando os testes Kruskal-Wallis, qui-quadrado e Fisher. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará (CEP/PROPESQ/UFC) e registrado na plataforma de Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (ReBEC). Quanto à identificação de diferenças entre os grupos, obteve-se que estes eram homogêneos entre si em relação às variáveis (p>5%), possibilitando inferências estatísticas. Sobre a adequabilidade da amostra e os demais achados do laudo citopatológico, não houve diferenças significativas em relação à técnica de coleta utilizada (p= 0,362) e que aspectos sociodemográficos, clínicos, sexuais e reprodutivos não influenciaram a adequação da amostra, obtendo-se valor de p>5% em todas as variáveis elencadas. Portanto, ambas as técnicas descritas nas recomendações brasileiras de coleta citopatológica, publicadas em 2006 e 2013, são eficazes para a obtenção de uma amostra adequada; devendo-se haver uma atualização do manual que trata sobre estas recomendações, evitando-se orientações que não influenciam na prática clínica. Trata-se de um estudo de alta evidência científica, inédito na área. (AU)