Publication year: 2021
Os pacientes com doença renal crônica, apresentam-se vulneráveis a episódios que colocam a segurança de sua saúde em risco, sobretudo devido ao processo de tratamento que expõe a altas taxas de intervenções. Alguns fatores associados à assistência à saúde contribuem para o risco de complicações e morte, dos quais destacam-se: administração de medicamentos potencialmente perigosos, uso contínuo de um acesso vascular e trabalho interdisciplinar. Com isso, objetivou-se analisar a segurança do paciente com doença renal crônica em clínicas de hemodiálise. Foi realizado um estudo observacional, do tipo analítico e transversal. A amostra do estudo foi composta por 200 pacientes renais crônicos, 30 técnicos de enfermagem e sete enfermeiros de três clínicas de hemodiálise localizadas em Fortaleza-CE.
Os critérios de inclusão dos pacientes foram:
estar presente na sessão de hemodiálise no dia da coleta de dados e possuir idade igual ou superior a 18 anos. Por sua vez, foram selecionados os enfermeiros e técnicos de enfermagem que prestaram assistência aos pacientes inclusos no estudo. A coleta de dados ocorreu no período de setembro a novembro de 2019 mediante aplicação do formulário de caracterização sociodemográfica e clínica e Escala de Avaliação da Segurança do Paciente Renal Crônico em Hemodiálise. Os dados foram analisados por estatística descritiva e analítica pelo pacote estatístico SPSS versão 20.0. O presente estudo respeitou os princípios éticos e legais sob aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Ceará com parecer 3.255.635. Os resultados encontrados evidenciaram significância estatística no nível de segurança entre as três clínicas de hemodiálise (p= 0,000). As clínicas 1 e 2 apresentaram práticas assistenciais seguras e a clínica 3 apresentou práticas assistenciais inseguras, com médias de 37,3, 37,7 e 32,2 pontos, respectivamente. Identificou-se diferença nas estatísticas entre o nível de segurança com as variáveis sociodemográficas e clínicas dos pacientes com uso de medicação (p= 0,008) e correlação com tempo que realiza hemodiálise (p= 0,002; rô= 0,216). Ao avaliar o perfil dos profissionais de saúde foram evidenciadas diferenças estatísticas entre o nível de segurança com as variáveis sociodemográficas:
estado civil [enfermeiro (p= 0,000)], raça [enfermeiro (p=0,017) e técnico de enfermagem (p= 0,025)], grau de formação [enfermeiro (p= 0,000)], renda [enfermeiros (p=0,013) e técnico de enfermagem (p= 0,000)], religião [técnico de enfermagem (p= 0,008)] e correlação com as variáveis: idade [enfermeiro (p=0,000; rô= 0,390)], carga horária semanal na instituição [enfermeiro (p=0,000 e rô=0,359)]; técnico de enfermagem (p=0,010; rô= 0,183)], tempo que trabalha com hemodiálise [enfermeiro (p=0,000; rô=0,529)], tempo que trabalha na instituição [enfermeiro (p= 0,007; rô= 0,193)] e 12 dimensionamento da instituição [enfermeiro (p=0,000; rô= 0,334)]. Com isso, conclui-se que há inconformidade em uma clínica estudada e que fatores sociodemográficos e clínicos de pacientes e profissionais da saúde corroboram com o nível de segurança. Assim, torna-se necessária a implementação de processos formativos no âmbito da educação em saúde e o desenvolvimento de novas diretrizes para segurança do paciente na clínica com inconformidade. (AU)