Sentimentos experienciados pelos cuidadores formais em estruturas residenciais para idosos perante o cuidado ao idoso em fim de vida

Publication year: 2013

Cuidar do idoso em fim de vida em estrutura residencial para idosos, exige ao cuidador formal uma gama complexa de cuidados, pois envolve a dimensão ética, psicológica, social, física, espiritual e emocional. São vivenciados pelos cuidadores formais momentos de grande sofrimento sobretudo quando se deparam com a aproximação da morte, com a dependência e alteração da imagem corporal. Partindo destes pressupostos e da experiência profissional, coloca-se a questão de investigação: Quais os sentimentos e emoções dos cuidadores formais de estruturas residenciais perante o idoso em fim de vida?,com o objetivo geral de Conhecer os sentimentos e emoções experienciados pelos cuidadores formais de estruturas residenciais perante o idoso em fim de vida. O propósito deste estudo, consiste em poder contribuir para o desenvolvimento de estratégias de intervenção que visem melhorar o bem-estar do cuidador formal e da pessoa cuidada através de formação e suporte emocional. Estudo de natureza qualitativa, um estudo de caso. Recorreu-se à entrevista semi-estruturada para a recolha de dados, realizada a cuidadores de estrutura residencial para idosos no Alto Minho. Os dados obtidos foram submetidos a análise de conteúdo.

Resultados:

Os sentimentos/emoções experienciadas pelos cuidadores perante o cuidado ao idoso em fim de vida são: ansiedade, pena, impotência, despertar de lembranças, desgosto, alegria, tristeza, choque, gratidão, resignação e medo. A consciencialização do estado emocional ajuda o cuidador a sentir-se confiante e mais capacitado para cuidar do idoso em fim de vida. São vários os fatores que influenciam a dimensão emocional, nomeadamente as situações passadas menos positivas, a própria personalidade e o desconhecido que a morte impõe. A nível da comunicação entre o cuidador e o idoso em fim de vida destaca-se sobretudo, a expressão não-verbal, evidenciada através do toque, com uma forte carga afetiva. Surge também, a demonstração de carinho, a disponibilidade e a presença. Enfrentar a morte é um momento sentido, como difícil de ultrapassar, pois remete-os para a sua própria finitude. Esta dificuldade relaciona-se com o significado que atribuem a este fenómeno.

Conclusão:

É necessária a consciencialização que cuidar em fim de vida, exige dos cuidadores formais disponibilidade e formação. A sensibilização da sociedade em geral é fundamental para o reconhecimento dos cuidados paliativos em estruturas residenciais para idosos. É necessário também que se desenvolva um trabalho em rede com as diversas instituições de apoio.
Taking care of an elder reaching the end of his life within a senior residential structure, requires the caregiver a complex range of care attitudes, which involve ethical, psychological, social, physical, spiritual and emotional issues. Formal caregivers experience moments of great suffering especially when faced with imminent death, dependence and altered body image. According to these assumptions and to our professional experience, the research question arises: What are the feelings and emotions of formal caregivers in residential structures before elders at the end of their life? This leads us to the central objective that is to know the feelings and emotions experienced by formal caregivers in a residential structure. The purpose of this study consists on being able to contribute to the development of intervention strategies, in order to improve the well-being of the caregiver and the person cared, through training and emotional support. This is a qualitative study, a case study. Resources have been used, such as semi-structured interviews to collect data, performed to caregivers for elderly residential structure in Alto Minho. The data was submitted to content analysis.

Results:

The feelings / emotions experienced by caregivers to the elderly care at end of life are: anxiety, pity, helplessness, awakening memories, grief, joy, sadness, shock, gratitude, resignation and fear.The awareness of the emotional state helps the caregiver to feel more confident and able to take care of the elderly at end of life.There are several factors that influence the emotional dimension, including less positive past situations, his personality and the unknown that death imposes.The communication between the caregiver and elderly at the end of life stands out with non-verbal expression, as evidenced by touch, with a strong emotional weight.It was also noticed the demonstration of affection, availability and presence. Facing death is felt as a hard difficulty to overcome, as it leads them into their own finitude. This difficulty is related to the meaning they attach to this phenomenon.

Conclusion:

It is essential the consciousness that taking care at the end of life requires training and availability from the formal caregivers. The awareness of society in general is fundamental for the recognition of palliative care for older people in residential structures. It is also necessary to develop a network with the various support institutions.