As Experiências do enfermeiro perante o processo de morrer em cuidados continuados
Publication year: 2013
No contexto de cuidar de doentes em fim de vida numa unidade de cuidados continuados, o processo de morrer surge como uma experiência que coloca aos enfermeiros uma serie de interrogações, expondo-os a um confronto com a sua dimensão emocional. Neste sentido, colocamos a seguinte questão de investigação: Como experiencia o processo de morrer o enfermeiro em Cuidados Continuados?, com o objetivo de conhecer as experiências dos enfermeiros em cuidados continuados frente ao processo de morrer, com a finalidade de contribuir para a mudança/inovação, ou melhoria das práticas dos enfermeiros no cuidar do doente em processo de morrer, preservando a dignidade na morte.Estudo de natureza qualitativa, um estudo de caso. Utilizou-se a entrevista semiestruturada para a recolha de dados, realizada a catorze enfermeiros que exerciam a sua atividade numa unidade de cuidados continuados de longa duração. As entrevistas foram posteriormente transcritas e analisadas utilizando a análise de conteúdo segundo Bardin.
Resultados:
Os enfermeiros do estudo atribuem significado ao processo de morrer ligado muito às suas vivências pessoais de perdas anteriores quer no âmbito profissional quer pessoal. Encaram a morte de uma forma mais “serena” ou aceitável quando se trata de idosos. Lidar com o processo de morrer, exige aos enfermeiros um modelo assistencial com uma dimensão técnica, humana e comunicacional, num processo de compreensão interativo. Compreendem que os cuidados prestados à pessoa em processo de morrer devem visar cuidados que minimizem o sofrimento e não cuidados que conduzam à “obstinação terapêutica. Consideram que a disponibilidade de tempo, e atenção humana é fundamental para a qualidade dos cuidados.O enfrentar a morte desperta nos enfermeiros sentimentos como:
impotência; angústia; revolta; perda; tristeza; raiva; desanimo; alívio; surpresa; alegria. Para lidar com o processo de morrer adotam estratégias comportamentais e cognitivas de forma a gerir as emoções e sentimentos.Conclusão:
Os enfermeiros atribuem um significado ao processo de morrer ligado muito às suas vivências. Defendem a necessidade de encontrar um novo significado para a morte. Um novo modelo comunicacional e relacional que preconize a comunicação aberta e franca
In the context of taking care of patients at the end of their lives in a long-term care unit, the process f dying comes as an experience that places to nurses a large number of questions, exposing them to a confront with their emotional dimension.