Implementação de um programa de enfermagem de reabilitação domiciliária em utentes com doença pulmonar obstrutiva crónica

Publication year: 2012

A Reabilitação Respiratória (RR) nos utentes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) deve ser delineada para atenuar sintomas, melhorar a funcionalidade, aumentar a participação social e reduzir custos de saúde.

Objetivo:

Avaliar os efeitos de um programa enfermagem de reabilitação respiratória no domicílio em utentes com DPOC com necessidade de oxigenoterapia.

Metodologia:

Foram identificados 14 utentes com DPOC diagnosticada, com necessidade de oxigenoterapia domiciliária. Durante 15 sessões de RR domiciliária foram ensinados/treinados exercícios respiratórios, gestão do regime terapêutico, técnicas de conservação de energia e fortalecimento muscular. Realizaram-se avaliações da saturação periférica de oxigénio (SpO2), pico de fluxo expiratório máximo (PEF) e das escalas Medical Research Council Dyspnoea Questionnaire (MRCDQ), London Chest Activity of Daily Living (LCADL) e Euro Qol.

Desenvolvimento:

Foi efetuada uma avaliação baseline aos 14 utentes (70,28±11,50 anos), 12 homens e 2 mulheres. A DPOC encontra-se diagnosticada em média há 15,71±10,19 anos e o tratamento com oxigénio verifica-se há 6,28±4,14 anos. Verificámos um aumento estatisticamente significativo da SpO2 na avaliação pós-intervenção (97,3±1,6%) comparativamente com o momento baseline (95±1,6%), tal como no PEF (275,5±128,6L/min e 169,3±98,8L/min, respetivamente). Na escala MRCDQ observou-se uma diminuição com significado estatístico da sensação de dispneia (avaliação baseline de 3,86±0,535 e avaliação pós-intervenção de 3,50±0,519). Na avaliação da LCADL, verificou-se uma melhoria estatisticamente significativa entre os momentos baseline e pós-intervenção (28,64±9,71 e 26,21±9,71 respetivamente). No Euro Qol VAS os utentes referiram uma melhoria do seu estado de saúde com o decorrer da RR quando comparados os dois momentos de avaliação (49,29±6,18 na avaliação baseline e 55±7,60 na avaliação pós-intervenção).

Conclusões:

Os utentes avaliados obtiveram melhorias estatisticamente significativas nos valores da SpO2, no PEF e nos resultados das escalas utilizadas quando comparados os dois momentos de avaliação. Estes dados confirmam que a RR se traduz em ganhos em saúde para o utente com DPOC.
Respiratory Rehabilitation (RR) in clients with chronic obstructive pulmonary disease (COPD) should be designed to alleviate symptoms, improve functionality, increase social participation and reduce healthcare costs.

Objective:

To evaluate the effects of a respiratory rehabilitation nurse program at home of clients with COPD requiring supplemental oxygen.

Methods:

We identified 14 clients diagnosed with COPD, requiring home oxygen therapy. During 15 sessions of home RR were taught/trained breathing exercises, therapy management, energy conservation techniques and strengthening exercises. Were performed evaluations of the oxygen peripheral saturation (SpO2), peak expiratory flow (PEF), Medical Research Council Dyspnoea Scale Questionnaire (MRCDQ), London Chest Activity of Daily Living (LCADL) and Euro Qol.

Development:

We conducted a baseline assessment to 14 users (70,28±11.50 years), 12 men and 2 women. COPD is diagnosed for an average of 15,71±10,19 years and the oxygen treatment is performed for and average of 6,28±4,14 years. We have found a statistically significant increase in SpO2 final assessment (97,3±1,6%) when compared to baseline (95±1,6%), as in the PEF (275,5±128,6L/min and 169,3±98,8L/min, respectively). On the scale MRCDQ we observed a statistically significant decrease in the sensation of dyspnoea (baseline assessment of 3,86±0,535 and post-intervention assessment of 3,50±0,519). In assessing the LCADL, there was a statistically significant improvement between baseline and post-intervention (28,64±9,71 and 26,21±9,71 respectively). At Euro Qol VAS users reported an improvement in his health over the course of the RR comparing the two evaluations periods (49,29±6,18 at baseline and 55±7,60 in post-intervention).

Conclusions:

The patients evaluated had statistically significant improvements in SpO2 values, in PEF and in the results of the scales used, when comparing the two evaluations moments. These data confirm that the RR is translated into health gains for users with COPD.