Vivências dos enfermeiros no processo de cuidar do doente em agonia
Publication year: 2013
Cuidar do doente em agonia é uma experiência humana de elevada complexidade pelo confronto inexorável com a morte. Esta etapa da vida envolve presenciar uma experiência de vulnerabilidade e fragilidade, apelando a um processo de cuidados que seja humano e holístico. Partindo deste pressuposto surgiu a questão de investigação Quais as experiências dos enfermeiros no processo de cuidar do doente em agonia?, com o objetivo de identificar as experiências dos enfermeiros no processo de cuidar do doente em agonia, tendo como finalidade contribuir para um processo de cuidar humano ao doente em agonia e para o bem-estar dos enfermeiros. Estudo de natureza qualitativa, um estudo de caso. Recorreu-se à entrevista semi-estruturada para a recolha de dados, realizada a enfermeiros, num serviço de medicina de um hospital de agudos do Norte. Os dados obtidos foram submetidos a análise de conteúdo.
Resultados:
Para os enfermeiros a forma como cada pessoa vivência este processo é única, com necessidades específicas. Consideram a promoção do conforto físico como a intervenção com maior impacto para os bons cuidados ao doente em agonia, focando-se nos posicionamentos e cuidados de higiene. Revelam que atitudes comunicacionais empáticas como dar carinho, demonstrar respeito, utilizar a escuta ativa, usar o humor, usar o toque, disponibilizar-se, dar privacidade, satisfazer necessidades, favorecem a inter-relação. A maioria perceciona a família como um sistema de apoio inadequado às exigências do doente e para a envolver no processo de cuidados intervêm essencialmente no alargamento do horário de visita e promovem a sua participação nos cuidados. Face à morte, adotam estratégias de coping como evitamento, fuga, abstração, conspiração do silêncio e aceitação da morte como positiva. As dificuldades sentidas centram-se em responder às necessidades efetivas do doente, sendo a necessidade com maior enfoque ter maior suporte no alívio da dor. Na relação de ajuda procuram respeitar o caracter único do doente, de forma a minimizar a possibilidade de sofrer burnout.Conclusão:
Ficou demonstrado pelo estudo, a existência de dois paradigmas de intervenção no cuidado ao doente em agonia e sua família. O modelo biomédico ainda está bastante impregnado, no entanto, vai disseminando-se o modelo centrado nas necessidades individuais do doente e família. Embora este doente se encontre numa fase agónica exigindo cuidados de conforto, já há enfermeiros que prestam estes cuidados atendendo às necessidades físicas, psicológicas e espirituais.A necessidade de formação é sentida pelos enfermeiros como fundamental para o desenvolvimento de competências técnicas, científicas e humanas.
Caring for the dying patient is a human experience of high complexity by inexorable confrontation with death. This stage of life involves witness an experience of vulnerability and fragility, calling for a process of care that is humane and holistic. Under this assumption arose research question What are the experiences of nurses in process the care of the patient in agony?, with the goal of identifying the experiences of nurses in process the care of the patient in agony, with finality a contribute to a process of human care the patient in agony and to the well-being of nurses. The qualitative nature study, a case study. We used semi-structured interviews to collect data, performed the nurses, of a medicine service of an acute hospital North. The data were subjected to content analysis.