Publication year: 2020
O objetivo do estudo consiste em traduzir, adaptar transculturalmente e validar o Childbirth Self-Efficacy Inventory (CBSEI) para uso no Brasil. Trata-se de um estudo metodológico realizado no período de fevereiro de 2019 a dezembro de 2019, em seis Unidades de Atenção Primária a Saúde (UAPS) de Fortaleza.
Desenvolvido em três fases:
I - solicitação de autorização a autora do CBSEI para uso no Brasil; II - tradução e adaptação transcultural, seguindo cinco etapas, tradução inicial, síntese das traduções, backtranslation, comitê de juízes e pré-teste com o público alvo com 30 gestantes em atendimento pré-natal na UAPS Anastácio Magalhães e; a III - referente a verificação das propriedades com 310 gestantes que estavam em acompanhamento pré-natal nas seis UPAS supracitadas. Os dados foram analisados por meio do programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 21.0, sendo utilizados os testes Índice de Concordância (IVC) para a análise estatística das respostas dos juízes e IVC no pré-teste com as 30 gestantes. Foi calculado as frequências absolutas, relativas e as medidas de tendência central. Foi realizado o teste de Kolmogorov-Smirnov, a fim de identificar a normalidade dos dados. A estrutura interna foi medida por meio da Análise Fatorial Exploratória (AFE), Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) e esfericidade de Bartlett. A consistência interna do CBSEI foi obtida pelo α de Cronbach e correlação item total e a validade de critério foi obtida com o teste Wilcoxon Signed Rank e o teste de correlação de Spearman. A pesquisa obteve aprovação ética sob protocolo 11791019.6.0000.80.85. A validação de conteúdo pelo comitê de juízes, apresentou índices de validade satisfatória, assim como na validação de face. A maioria das gestantes era jovem, com 86,1% (n=267) com até 35 anos de idade, mediana de idade de 27 anos, com idade mínima de 18 e máxima de 41 anos, 54,8% (n=179) tinha boa escolaridade, 82,6% (n=256) tinha companheiro, 78,7% (n=244) se declarava não branca, 60% (n=186) estava desempregada e 72,6% (n=225) possuía renda de até um salário mínimo. Quanto às características obstétricas e clínicas, observou-se que a maioria das gestantes tinha história prévia de gravidez. Das 310 gestantes participantes, notou-se uma amostra bem dividida entre as que estavam na sua primeira gravidez, 147 (47,4%), e as que estavam na sua segunda gravidez ou mais, 163 (52,6%). Entre aquelas com experiência de parto (n=150), verificou-se que a maioria, 105 (70%), era primípara. A versão final do instrumento apresentou coeficiente do α de Cronbach foi >090 e a correlação Item-Total foi >0,40 nas quatro subescalas. Os testes de sensilidade possibilitaram inferir que as gestantes brasileiras diferenciam entre expectativa de resultado e expectativa de autoeficácia, bem como a fase ativa e periodo expulsivo. Ter maior escolaridade, experiência anterior com o parto vaginal e se sentir confiante para o parto normal apresentou associação estatística com os escores maiores de autoeficácia. Concluiu-se que se obteve um instrumento confiável, válido e capaz de avaliar a autoeficácia materna no parto normal no contexto brasileiro. (AU)