Tradução e adaptação transcultural da Celiac Self-Efficacy Scale para a língua portuguesa do Brasil

Publication year: 2020

Estudo com objetivo de traduzir e adaptar transculturalmente a Celiac Self-Efficacy Scale para a língua portuguesa no contexto brasileiro. Estudo do tipo metodológico, seguindo as quatro etapas iniciais para os processos de tradução e adaptação transcultural, propostas por Beaton et al. (2007): tradução inicial, síntese das traduções, tradução de volta a língua de origem (back-translation) e revisão por um comitê de expertos. O estudo recebeu aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da UFC sob o parecer nº 3.355.172. As etapas de tradução da escala foram realizadas de agosto a outubro de 2019. Na primeira etapa, realizou-se a tradução do espanhol para o português por dois tradutores profissionais bilíngues com fluência na língua espanhola, sendo uma enfermeira brasileira com fluência declarada no idioma espanhol (T1) e uma professora com nacionalidade brasileira, tradutora juramentada de espanhol (T2). Na segunda etapa, as traduções (T1 e T2) foram sintetizadas por uma enfermeira mestranda, com experiência em desenvolvimento de tecnologias em saúde, que não participou da etapa anterior. No processo de síntese das versões T1 e T2 para elaboração da versão T12, dos 39 componentes da escala, obteve-se três casos de traduções idênticas. Nos casos da ausência de consenso absoluto entre as traduções, realizou-se: o agrupamento de palavras em 17 componentes; a inserção de dez termos e de uma vírgula que não constavam em nenhuma das duas versões de tradução inicial; a escolha de 14 componentes completos e três vírgulas que constavam apenas na versão T1; e a inserção de dois componentes completos e uma vírgula provenientes da versão T2. Assim, originou-se a versão T12, enviada para retradução e avaliação por um comitê de expertos. Na terceira etapa, back-translation, foram realizadas as traduções da versão T12 para o espanhol por uma tradutora de espanhol juramentada de nacionalidade brasileira e boliviana e uma venezuelana com formação acadêmica em relações internacionais. Na quarta etapa, realizada em novembro de 2019, uma comissão composta por cinco membros (uma enfermeira, doutoranda em enfermagem, com experiência em tradução e adaptação transcultural de escala; uma enfermeira mestra, celíaca; uma professora de espanhol com nacionalidade brasileira, graduada em Letras Português-Espanhol; uma enfermeira brasileira com fluência declarada no idioma, participante da etapa 1; e a tradutora venezuelana, participante da etapa 3). Esses expertos avaliaram as equivalências semântica, idiomática, experiencial e conceitual para que se produzisse a versão pré-final da escala, por meio de um instrumento de avaliação, no qual utilizou-se uma escala de três pontos (1- tradução adequada; 2- tradução parcialmente adequada; 3- tradução inadequada) para cada equivalência. Ressalta-se que o componente da escala foi considerado com tradução adequada quando recebeu pontuação 1. Aqueles pontuados com 2 ou 3 foram considerados com tradução inadequada, sendo as sugestões aceitas na versão pré-final da escala.

As médias dos percentuais de adequação das equivalências foram:

semântica (98%), idiomática (94%), experiencial (97%) e conceitual (100%), totalizando 97,2% como média de percentual da concordância total das equivalências. O processo de tradução e adaptação transcultural da Celiac Self-Efficacy Scale resultou em um instrumento promissor para uso no cenário brasileiro. (AU)