Avaliação do letramento funcional em saúde e a autoeficácia em pessoas com diabetes tipo 2

Publication year: 2020

Introdução:

A educação em saúde é uma das principais ferramentas utilizada pelos enfermeiros na ajuda das pessoas com diabetes tipo 2 para atingir o controle da doença. Assim, informações claras, individualizadas e específicas acerca da doença e tratamento são essenciais para retardar e/ou evitar complicações. No entanto, a capacidade de confiança em realizar as atividades de cuidado que a doença demanda é outra parte essencial neste processo de cuidado e controle da doença. Portanto, torna-se necessário avaliar o nível de Autoeficacia (AE) e o Letramento Funcional em saúde (LFS) nas pessoas com diabetes tipo 2.

Objetivo:

Analisar o Letramento Funcional em Saúde e a Autoeficácia em pessoas com Diabetes tipo 2.

Método:

Trata-se de Estudo descritivo transversal correlacional realizado durante os meses de setembro e outubro de 2019. A amostra foi composta por 196 pessoas com DM2.

Para coletar os dados foi utilizado os seguintes instrumentos:

formulário com variáveis sociodemográficas e clínicas; a escala DMSES para mensurar a Autoeficácia e, por último, o instrumento B-TOFHLA que avaliou o Letramento Funcional em Saúde. Foi testada a normalidade (Shapiro Wilk) da distribuição dos dados obtidos, escore de AE e LFS, ao não obter normalidade na distribuição dos dados, se analisou cada um por separado (AE e LFS), utilizando o analise bivariado (Mann-Whitney e Kruskal walls), junto com as variáveis mensuradas e desse modo corroborar significância estatística (p<0,05) com o LFS e AE.

Resultados:

Houve predomínio de mulheres (52,04%), com companheiro (56,63%), escolaridade >9 anos (66,30%), tempo de diagnóstico em média de 13,66 anos, predominou o uso de hipoglicemiantes orais e insulina (44,90%), sobrepeso (44,90%), hipertensão (62,24%). A maior parte da população apresentou valores alterados de glicemia (68,88%) e hemoglobina glicada (94,39%). Em relação à média da escala de AE foi de 4,01 pontos e 55,1 % da população apresentou alta AE. Em quanto ao LFS a média foi de 74,75 (dp ±16,35) pontos e houve prevalência de um LFS adequado (57,14%).

Houve significância estatística entre AE e as seguintes variáveis:

idade (p<0,05), anos de estudo (p<0,05), tempo de diagnostico (p<0,05), uso da internet (p<0,05), hemoglobina glicada (p<0,05), com relação ao LFS, verificou-se associação estatisticamente significante com: idade (p<0,05), escolaridade (p<0,05), uso da internet (p<0,05) e a presença de AVC (p<0,05).

Conclusão:

A maior parte dos participantes apresentou um grau adequado de Letramento Funcional em Saúde e alta autoeficácia no cuidado em diabetes; contudo, não houve associação com significância estatística entre o LFS e AE, conseguimos observar que pessoas com um LFS adequado obtiveram maior pontuação na escala de AE em comparação com quem obteve um LFS inadequado. De modo que a presença do LFS e da AE é de grande ajuda para o tratamento medicamentoso e não medicamentoso (controle glicêmico, exercício físico, dieta) e prevenção de complicações. (AU)