Declínio funcional cognitivo e risco de quedas em doentes idosos internados
Publication year: 2012
O processo de envelhecimento é caraterizado pela presença de défices cognitivos que devem ser avaliados pormenorizadamente para compreender a sua gravidade e prevenir a sua evolução para quadros mais graves e patológicos como a demência. A hospitalização contribui para uma maior debilidade/fragilidade do idoso, sendo considerada de grande risco para o declínio da aptidão física e da função cognitiva potenciando, assim, o risco de queda. Com o objetivo de perceber em que medida o declínio funcional cognitivo se acentua durante a hospitalização e influencia no risco de queda em doentes idosos desenhou-se um estudo exploratório, descritivo e correlacional. Utilizaram-se como instrumentos de avaliação a Escala de Morse, a Medida de Independência Funcional (MIF) e o Mini Mental State Examination (MMSE). Foram avaliados em dois momentos, admissão e alta, 51 idosos (75,53±7,16 anos), 53% dos quais eram mulheres, com uma média de 14,27±6,45 dias de internamento num serviço de Medicina Interna. O risco de queda, avaliado com a escala de Morse, evolui no sentido da diminuição do risco, correlaciona-se positivamente com a idade e com a duração do internamento não se evidenciando diferenças quanto ao tipo de residência. Para as restantes medidas em análise (MIF, MIF subescala cognitiva e MMSE) foram encontradas diferenças estatisticamente significativas no sentido da diminuição das pontuações da admissão para a alta. Encontraram-se ainda correlações negativas em ambos os momentos entre a idade e a duração do internamento e as pontuações obtidas em todas as medidas. À exceção da MIF subescala cognitiva na admissão, todos os idosos residentes em casa própria ou de familiares obtiveram melhores resultados que os institucionalizados em todas as medidas e ambos os momentos de avaliação. Existem múltiplos fatores de risco associados ao declínio funcional cognitivo e ao risco de queda nos idosos durante a hospitalização que podem ser minimizados ou evitados através de programas de Enfermagem de Reabilitação.
The aging process is characterized by the presence of cognitive deficits that must be evaluated in detail to understand its gravity, preventing its progression to more severe clinical and pathological states, such as dementia. The hospitalization contributes to a greater weakness/frailty of the elderly and is considered high risk for decline in physical fitness and cognitive function increasing the risk of falling. In order to understand if the cognitive functional decline is accentuated during hospitalization and influences the risk of falling in elderly patients it was design an exploratory, descriptive and correlational study. As measures were used the Morse Scale, the Functional Independence Measure (FIM) and the Mini Mental State Examination (MMSE). Were evaluated at two times, admission and discharge, 51 elderly (75.53 ± 7.16 years), 53% were women, admitted in an internal medicine service with a mean of 14,27±6,45 days of hospitalization. The risk of falling assessed with the Morse scale evolves towards decreased risk, is positively correlated with age and length of hospitalization were not evident significant differences in type of residence. For all of the other measures under consideration (FIM, FIM cognitive subscale and MMSE) were found statistically significant differences in the direction of lower scores from admission to discharge. There were also negative correlations at both time points between age and length of stay and the scores on all measures. Except for the FIM cognitive subscale at admission, all elderly residents in their own home or family fared better than the institutionalized in all measures and both time points. There are multiple risk factors associated with functional decline and the risk of cognitive decline in elderly patients during hospitalization that can be avoided or minimized with Rehabilitation Nursing programs.