Abortamento espontâneo – um estudo epidemiológico

Publication year: 2013

As mulheres em idade fértil estão em risco de problemas relacionados com a gestação, os quais englobam o abortamento espontâneo.

Objetivo:

O objetivo deste estudo é descrever o perfil epidemiológico de mulheres hospitalizadas por abortamento espontâneo, numa Unidade de Saúde do Nordeste de Portugal.

Metodologia:

Estudo observacional analítico retrospetivo, no período de 2010 a 2012, com uma amostra inicial de 165 mulheres resultando para análise final 122, após aplicação de critérios de inclusão, conseguida na base de dados do Sistema Informático Hospitalar. Foi definido como critério de inclusão todas as mulheres com o diagnóstico de abortamento espontâneo até 22 semanas e/ou feto pesando menos que 500 gr, registado no processo clinico e diagnosticado pelo médico e como critérios de exclusão: registo incompleto de dados, outro motivo de internamento e ausência de processo clínico. A informação foi obtida pela análise dos processos clínicos, nos dias úteis, entre as 9:00 e 17:00 horas, no mês de janeiro e fevereiro de 2013, no serviço de arquivo da instituição. Sucedeu-se a compilação dos dados para um guião, depois foram informatizados e tratados no programa SPSS. Foi obtido parecer favorável da Comissão de Ética.

Resultados:

A prevalência do abortamento aumenta com a idade das mulheres, incide nas urbanas (64,8%), casadas (75,4%), com escolaridade até ao 12º ano (68,9%), profissão remunerada (61,5%), com filhos (53,3%), sem abortamentos anteriores (75,4%), gestação inferior a 12 semanas (66,4%), fumadoras (21,3%), aceitando a gravidez (94,3%) e permanecem hospitalizadas um dia (86%). Quanto à forma clínica de abortamento, predominou a incompleta em 74% das mulheres. Mulheres com idade igual ou superior a 35 anos (OR=4,5; IC: 1,886-10,737; p=0,001), com mais de um filho (OR= 4,9761, IC: 859-13,318; p=0,001) e que foram submetidas a procedimento medicamentoso (OR= 5,371; IC95%: 1,582-18,242; p= 0,007) apresentam um risco de abortamento cerca de 5 vezes superior em relação às mulheres que não apresentam estas caraterísticas.

Conclusões:

A prevalência de abortamentos espontâneos das mulheres desta unidade de saúde sofreu variações nestes três anos. Mulheres mais velhas, com menor escolaridade, com mais de um filho e com recurso a procedimento medicamentoso são as que mais abortam.
Women of childbearing age are at risk for problems related to pregnancy, which include spontaneous abortion.

Objective:

The aim of this study is to describe the epidemiological profile of women hospitalized for miscarriage, a Health Unit of Northeast Portugal.

Methods:

Observational epidemiological retrospective analytical, in the period from 2010 to 2012, with an initial sample of 165 women resulting 122 for final analysis after application of inclusion criteria, obtained in the database of the Hospital Information System.Was defined as inclusion criteria all women with a diagnosis of miscarriage up to 22 weeks and / or fetus weighing less than 500 gr., registered in the clinical process and diagnosed by the doctor and exclusion criteria: register incomplete data , another reason for hospitalization and absence of clinical process. The information was obtained by analysis of clinical processes, weekdays, between 9:00 and 17:00, in January and February 2013, in the service file of the institution. Succeeded to compile data for a script, then were computerized and processed using SPSS. Assent was obtained from the Ethics Committee.

Results:

The prevalence of miscarriage increases with age for women, focuses on urban (64.8%), married (75.4%), with schooling up to 12th grade (68.9%), paid profession (61.5%) with children (53.3%), without previous abortions (75.4%), less than 12 weeks gestation (66.4%), smokers (21.3%), taking the pregnancy (94.3%) and remain hospitalized one day (86%). Clinical forms of abortion, incomplete predominated in 74 % of women. Women aged over 35 years (OR= 4.5, CI: 1.886 to 10.737, p= 0.001), with more than one child (OR= 4.9761, CI: 859 to 13.318, p= 0.001) and who underwent medical procedure (OR= 5.371, CI:1.582 to 18.242, p= 0.007) have a risk of miscarriage about 5 times.

Conclusions:

The prevalence of miscarriages of women in this health unit suffered variations in these three years. Older women with less education, with more than one child and using the procedure are the most medicated abortions.