Intervenções de enfermagem na abordagem da criança vítima de maus tratos em contexto hospitalar

Publication year: 2013

Os maus-tratos caracterizam-se por atos intencionais contínuos e que ocasionam dano físico, psicológico ou social à criança, sendo praticados por um agente agressor em condições de superioridade. Embora não se restrinja ao âmbito doméstico, a prática de maus-tratos pelos pais ou responsáveis constituem a forma mais frequente de violência contra as crianças em contexto hospitalar.

Objetivo:

Identificar as intervenções dos enfermeiros na abordagem de crianças vítimas de maus tratos em contexto hospitalar.

Métodos:

Considerando a diversidade de informação relativa à abordagem dos maus tratos a crianças e de forma a serem identificadas as melhores intervenções na prática de enfermagem, baseadas em recomendações científicas, que se definiu levar a efeito uma revisão integrativa da literatura sobre essa temática. Quanto aos métodos de seleção da evidência científica deste estudo, a primeira etapa foi realizada pela utilização da Biblioteca Virtual em Saúde – Descritores em Ciências da Saúde – a fim de se poder validar os descritores, o que deu acesso a outros motores de pesquisa, tais como: PubMed - indexed for MEDLINE, SciELO; B-on, Latindex e Lilacs. Os descritores ou palavras-chave foram: a) “Child” b) “abuse victims” c) “nurse's role”; “a+b” e) “a+c”.

Resultados:

No que respeita às intervenções necessárias à abordagem da criança vítima de maus tratos, os estudos salientam a importância de: notificação da situação, de forma a ser dada visibilidade ao problema e ao despoletar de toda a intervenção legal; Encaminhamento para outros profissionais, que garanta uma cobertura multiprofissional, nomeadamente do serviço social e psicologia; Existência de protocolos de atuação que sirvam de guia para a tomada de decisão; Capacitação da equipa de saúde, sobretudo dos enfermeiros na abordagem específica destas situações, que garanta cuidados adequados; Acolhimento da criança/família que deve ter em consideração a particularidade da sua situação emocional; Cuidados clínicos imediatos. No que respeita às dificuldades sentidas destaca-se: Ausência de protocolos institucionais; Ausência de conhecimento/capacitação técnica da equipa sobre a violência contra as crianças, o que dificulta a abordagem e o encaminhamento da situação; Reconhecimento/identificação dos sinais de alerta, sobretudo nos casos em que a criança/família negam a situação; Desconhecimento das normas legais instituídas; Falta de consenso na atuação, resultante da falta de preparação e de discussão sobre a temática.

Conclusão:

Os enfermeiros, por inerência da missão que lhes cabe, devem ser conhecedores dos riscos de carácter psicossocial que estão presentes nas crianças vítimas de maus tratos, de modo a que as suas intervenções sejam consentâneas com cada caso e a fim de se poder minimizar as sequelas que daí possam advir. Têm a responsabilidade particular na deteção precoce de contextos, fatores de risco e de sinais de alarme, nesta matéria, no acompanhamento dos casos e na sinalização dos mesmos.

Background:

The mistreatment characterized by continuous and intentional acts that cause physical, psychological or social harm to the child, being charged by a pathogenic agent capable of superiority. Although not restricted to the domestic sphere, the practice of maltreatment by parents or guardians is the most common form of violence against children in the hospital setting.

Aims:

Identify the nursing interventions in child victims of maltreatment approach in a hospital. .

Material and Methodology:

Given the diversity of information on the approach to child abuse and in order to be identified with the best interventions in nursing practice, based on scientific advice, which is set to effect an integrative review of the literature on this subject. Regarding methods of selection of scientific evidence from this study, the first step was performed by use of the Virtual Health Library - Health Sciences Descriptors - in order to be able to validate the descriptors, which gave access to other search engines, such as PubMed - indexed for MEDLINE, SciELO, B -on, Latindex and Lilacs.

The descriptors or keywords were :

a) " Child" b ) "abuse victims " c ) " nurse 's role" , " a + b " e) " a + c " .

Results:

With regard to the necessary child from maltreatment approach interventions , studies emphasize the importance of: notification of the situation, so the visibility problem to be given and the triggering of any legal intervention , referral to other professionals , ensuring a multidisciplinary coverage , including social service and psychology; Existence of actuation protocols that serve as a guide for decision making ; Training of health staff , especially the nurses in addressing these specific situations , to ensure proper care , the Home child / family must take into account the peculiarity of their emotional situation ; immediate clinical care .

With regard to the difficulties that stand out:

Absence of institutional protocols; Lack of knowledge / technical training team on violence against children, which hinders the approach and the referral of the situation; recognition / identification of warning signs, especially in cases where the child / family deny the situation; lack of established legal norms; lack of consensus on action resulting from lack of preparation and discussion on the topic.

Conclusions:

Nurses, by virtue of its role to them, must be knowledgeable of the risks of psychosocial nature which are present in children victims of abuse, so that their interventions are consistent with each case and in order to minimize power sequel that may arise there from. Have a particular responsibility for the early detection of contexts, and risk factors warning signs in this respect in monitoring cases and signposting them.