O acompanhamento da enfermagem de reabilitação na consulta de doentes pós transplante pulmonar
Publication year: 2014
O transplante de pulmão tem um impacto benéfico imediato na melhoria da função pulmonar. No entanto, os doentes transplantados de pulmão devem ser submetidos a um programa de reabilitação para uma melhoria na força muscular, na função pulmonar e consequentemente na qualidade de vida.
Objetivo:
Operacionalizar a Consulta de enfermagem Pós Transplante Pulmonar (Txp), Avaliar a Condição Física, Funcional e da Qualidade de Vida Pós Transplante Pulmonar e Caracterizar a população submetida a Txp em Portugal.Metodologia:
Recorreu-se a um estudo de paradigma quantitativo, retrospectivo e descritivo-correlacional e foi avaliada a população Transplantada viva em Portugal até dezembro de 2013, relativamente ao Peso, Altura, Índice de massa corporal (IMC) e Volume expiratório forçado no primeiro segundo (FEV1), no pré-transplante, num total de 54 doentes. Foram depois em consulta pós-Txp avaliados 23 doentes quanto ao Peso, Altura e IMC, saturação periférica de oxigénio (SatO2), FEV1, aplicada bateria de testes de Rikli Jones modificado (Teste STS em 30 seg, Teste de equilíbrio unipodal 30 seg, Teste TUGT e avaliação da força na mão dominante) e aplicados os questionários EuroQol, qualidade de vida (SF36) e Medical Research Council Dyspnoea Questionnaire (MRCDQ).Resultados:
A população transplantada viva até dezembro de 2013 é constituída por 33,3% mulheres (18) e 66,7% homens (36), num total de 54 doentes. Verificamos que no FEV1 avaliado pré-Txp apresentam em média um valor de 1,03 ± 0,42, a idade à altura do Txp é de 45,11±14,79 anos. As patologias mais frequentes que motivaram o transplante foram a Fibrose Quistíca 22,22% (12) e a Fibrose Pulmonar Idiopática (FIP) 18,52% (10). Na população avaliada em consulta pós-Txp, temos uma média de FEV1 de 2,02±0,73. Existe uma correlação negativa entre a idade e a SatO2 e uma correlação positiva entre a FEV1 e a SatO2, ou seja, os doentes com mais idade têm valores de SatO2 mais baixos. Quem tem valores da SatO2 mais elevados tem também melhores valores de FEV1. De notar que o ano do Tpx apenas se correlaciona negativamente com o teste levantar e andar, o que significa que os doentes com Tpx mais recentes foram os que demoraram menos tempo a executar o teste. Quem faz mais repetições no teste de flexão do membro superior direito é também quem faz mais repetições no teste de levantar e sentar. Existe uma correlação positiva nos domínios das respostas do questionário SF36 e as respostas do questionário EuroQol e uma correlação negativa com o questionário MRCDQ.Conclusões:
Temos uma grande diferença de valores de FEV1 e de IMC na população transplantada muito mais elevados do que na população pré-Txp. Existe também uma relação do ponto de vista da qualidade de vida adquirida por estes doentes, com o grau de dispneia e o número de flexões realizadas pelo membro superior direito. Há também uma relação entre os doentes que referem sentir-se bem emocionalmente, e que sentiam que o seu estado de saúde geral estava bem classificado, também sentiam ter uma saúde mental em bom estado. Daí a importância de se instituir em consulta de Enfermagem de Reabilitação, podendo-se avaliar os parâmetros que foram avaliados para a realização deste estudo, permitindo o acompanhamento de todo o processo de evolução física e psicológica destes doentes.
Lung transplantation has an immediate beneficial impact on improving lung function. However, lung transplant patients should undergo a rehabilitation program for an improvement in muscle strength, lung function and consequently the quality of life.