Publication year: 2012
Enquadramento:
Cuidar em pediatria baseia-se numa filosofia muito própria, que privilegia a prestação de cuidados em parceria e centrados na família. A relação de ajuda é considerada um instrumento de cuidados de enfermagem fundamental. O conhecimento da perceção que os pais têm acerca da relação de ajuda estabelecida pelos enfermeiros dos serviços de pediatria é indispensável para a busca de conhecimento e aquisição de competências para conseguir estabelecer uma relação de ajuda com a criança/adolescente/família, baseada no respeito, congruência e empatia. Objetivos:
Avaliar a perspetiva da família das crianças/adolescentes acerca do desempenho da relação de ajuda dos enfermeiros que as cuidam; Verificar a influência das variáveis sociodemográficas dos pais na perceção que têm sobre a relação de ajuda estabelecida pelos enfermeiros. Métodos:
Estudo de natureza quantitativa, transversal, descritivo, correlacional, realizado numa amostra não probabilística, por conveniência, constituída por 203 pais que acompanharam os filhos nos serviços de pediatria. O instrumento de recolha de dados utilizado inclui questões para a caraterização sociodemográfica da amostra e o inventário de relações interpessoais de Barrett-Lennard, versão OS-40 que avalia a relação de ajuda nas suas quatro dimensões: nível de respeito, compreensão empática, incondicionalidade e congruência. Resultados:
O nível de respeito e incondicionalidade são percecionados pelas mães de forma muito positiva, enquanto que pelos pais é mais valorizada a compreensão empática e congruência. Obtiveram-se ordenações médias superiores nos pais com idades compreendidas entre 29-35 anos em todas as dimensões, exceto na congruência. Os pais que residem em meio urbano obtiveram scores superiores na relação de ajuda. Na unidade de neonatologia observaram-se ordenações médias mais elevadas para todas as dimensões da relação de ajuda e na pediatria, ordenações médias mais baixas. Conclusões:
Os pais das crianças/adolescentes internados têm uma perceção positiva da relação de ajuda. Nas dimensões nível de respeito e compreensão empática apresentaram scores mais elevados, seguidos da congruência e, com score mais baixo, a incondicionalidade do respeito. Sugere-se a implementação de formação contínua na equipa de enfermagem acerca da relação de ajuda e a continuidade da investigação nesta área.
Context:
Taking care in paediatrics is based on a very specific philosophy which privileges partnership and family-centred care. Help Relationship is considered a fundamental instrument for nursing. Knowing the perception that parents have on the Help Relationship set up by nurses on the paediatrics service is indispensable in the search for knowledge and to acquire the skills to establish a Help Relationship with the child/adolescent/family, based on regard, congruence and empathy. Objectives:
To evaluate the perspective of the children/adolescents’ family on the role of Help Relationship with the nurses that take care of them; to verify the influence of sociodemographic variables in the parents’ perception on the Help Relationship established by nurses. Methodology:
A study of quantitative, transversal, descriptive and co-relational nature, carried out in a non-probabilistic sample, by convenience, formed by 203 parents that accompanied their children to the paediatrics service. The instrument for collecting data included a questionnaire for socio-demographic characterisation of the sample and the Barrett-Lennard Interpersonal Relationships Inventory, version OS-40, which evaluates Help Relationship in its four dimensions: level of regard, empathic understanding, unconditionality and congruence. Results:
Level of regard and unconditionality are perceived by mothers in a very positive way, whereas fathers value empathic understanding and congruence. Higher average scores were obtained by parents between the ages 29-35 in all dimensions, except for congruence. Parents living in urban areas got higher scores in what respects Help Relationship. In the newly-born unit higher average scores were observed in all dimensions of Help Relationship and in the paediatrics unit the average scores were lower. Conclusions:
The parents of hospitalised children/adolescents have a positive perception on Help Relationship. Level of regard and empathic understanding got higher scores, followed by congruence and, with the lowest score, unconditionality. We suggest implementing continuous training for nurses on the subject and further investigation in this area.