Stress parental em pais de crianças hospitalizadas: influência de variáveis socio demográficas e clínicas
Publication year: 2012
A hospitalização de uma criança constitui uma experiência stressante, conduzindo muitas vezes a vivências de sofrimento por parte desta e dos pais, nas quais têm interferência diversos factores. Os objectivos deste estudo foram analisar a influência de variáveis clínicas da criança no nível de stress parental; determinar se a idade e sexo da criança hospitalizada influenciam o nível de stress parental e identificar a relação entre as variáveis sócio demográficas dos pais e os níveis de stress parental em pais de crianças hospitalizadas no CHTV-EPE. Trata-se de um estudo quantitativo de corte transversal, descritivo-correlacional, efectuado numa amostra não probabilística por conveniência de 125 Pais (96 mães e 29 pais), com uma média de idade de 32,74 anos, acompanhantes de crianças hospitalizadas. O protocolo de avaliação incluiu um instrumento de caracterização sócio demográfica da amostra e a Escala de stress parental de Mixão, Leal e Maroco (2010). Os resultados evidenciaram que as variáveis clínicas, nomeadamente a presença de doença crónica na criança, as experiências anteriores de recorrer à urgência, o tempo de internamento entre 8-15 dias e os pais que referiram ter poucas ou nenhumas oportunidades para cuidar dos seus filhos durante o internamento, se associavam a maiores níveis de stress parental, assim como os pais das crianças de idade inferior a 2 anos, nas dimensões medos e angústias e o stress parental total. Da mesma forma, os pais com ensino básico e 2º e 3º ciclo e com rendimento familiar baixo, apresentaram maiores níveis de stress nas dimensões preocupações, medos e angústias e stress total e de satisfação, os pais que assumem ter apoio social. Face aos resultados, conclui-se que o stress parental deve ser considerado um foco de atenção em enfermagem pediátrica, que vise escutar as preocupações dos pais, decorrentes da hospitalização da criança e definir estratégias de apoio adequado e da sua capacitação, em prol da autonomia parental e do saudável desenvolvimento das crianças.
The hospitalization of a child constitutes as a stressful experience, often leading towards situations of suffering of both the child and its parents, in which there are diverse interfering factors. The objectives of this study were to analyze the influence of clinical variables at the parental stress level; to determine whether age and sex of the hospitalized child influence the parental stress level and identify the relation between the socio-demographic variables of the parents and the parental stress levels of children hospitalized at CHTV-EPE. This is a transversally cut, correlational-descriptive quantitative study carried out with non probable samples for the convenience of 125 parents (96 mothers and 29 fathers), with an average age of 32.74 years, accompanying hospitalized children. The evaluation protocol includes a socio-demographic characterized instrument of the sample and the Mixão, Leal e Maroco (2010) parental stress Scale. The results show that the clinical variables, namely the presence of chronic conditions in the child, previous experiences associated with the use of the emergency room, the time of internment of 8-15 days and the parents that referred to having few or no opportunities to care for their children during internment, were associated with higher levels of parental stress as well as the parents of the children with less than 2 years of age, in the dimensions fears and distress and total parental stress. The parents with primary education and middle and high school educations and with low family income, showed higher levels of stress in the dimensions worry, fears and distress and total stress and satisfaction in parents who admit receiving social support. Faced with the results, it is concluded that parental stress should be considered as a focus of attention in pediatric nursing, aiming at listening to parents worries, arising from the hospitalization of the child and to define strategies of adequate support and its capacity, in favor of parental autonomy and the healthy development of the children