Administração de medicamentos endovenosos: avaliação do programa de treinamento para promoção da segurança do paciente pediátrico com cardiopatia hospitalizado

Publication year: 2019

Objetivou-se avaliar a efetividade de um programa de treinamento para equipe de enfermagem sobre processo de administração de medicamento endovenoso (EV) para promover a segurança do paciente pediátrico com cardiopatia hospitalizado. Estudo avaliativo, quase experimental, série temporal, realizado em unidades pediátricas cardiológicas de hospital público de FortalezaCeará, em três fases: Fase 1 - Pré-treinamento -: caracterização do perfil sociodemográfico e profissional dos 38 participantes do programa de treinamento e avaliação dos participantes; Fase 2 – Treinamento: implementação do treinamento com a equipe de Enfermagem seguindo os 10 passos de Kirkpatrick e Kirkpatrick (2010); Fase 3 - Pós-treinamento: avaliação dos quatro níveis de avaliação: reação (Nível 1) questionário aplicado após o treinamento; aprendizagem (Nível 2), aplicou-se questionário imediatamente e seis meses após o treinamento (pós-teste); comportamento autorreferido e observado (Nível 3), sendo que na avaliação do comportamento autorreferido, aplicou-se questionário imediatamente e seis meses após o treinamento e na avaliação do comportamento observado, utilizou-se de checklist, seis meses após o treinamento; e resultados (Nível 4), pelas notificações de incidentes com medicamentos EV das unidades pediátricas durante seis meses após o treinamento. Estudo aprovado pelo Comitê em Ética e Pesquisa (CAE 68896217.0.3001.5039). Os dados foram processados no SPSS 20.0 e organizados em tabelas, com frequências absolutas e relativas, médias e desvios padrão das variáveis quantitativas. Para comparação das proporções antes e depois, utilizou-se do teste McNemar. Entre os períodos, usou-se teste Friedman (se três ou mais períodos) e Wilcoxon (se apenas dois). Na comparação das proporções do treinamento quanto aos incidentes notificados, utilizou-se do teste binomial para proporções pareadas. Considerou-se estatisticamente significantes as análises com p<0,05. Como resultados da caracterização dos participantes, obtiveram-se: sexo feminino (100%); faixa etária com média de 41,26±11,8; enfermeiros (52,6%) e técnico de enfermagem (47,4%); experiência profissional com pacientes pediátricos variou de 3 a 33 anos, com média de 9,84±6,8. Na avaliação da reação dos participantes, de 12 itens, dez foram satisfatórios (p<0,0001). Na avaliação da aprendizagem, houve aumento do número de acertos das questões referentes à aprendizagem antes e após o treinamento, com evolução progressiva, considerando que as respostas certas apresentaram índice de acertos superior a 80%. Na avaliação do comportamento autorreferido pela equipe de enfermagem, houve aumento do empenho e da disposição para melhorar a prática assistencial (p=0,012) e sensibilidade para trabalhar adequadamente na administração de medicamentos (p=0,039); no comportamento observado, o desempenho dos profissionais melhorou em 18 ações das 39 do processo de administração de medicação EV após o treinamento, com diferença significativa (p<0,05). Na avaliação de resultado, houve redução dos incidentes com medicações endovenosas, passando de 11,7%, em 2018, para 9,7%, em 2019. Portanto, o programa de treinamento do processo de administração de medicação endovenosa em pacientes pediátricos com cardiopatias hospitalizados apresentou efeitos positivos na reação, na aprendizagem e no comportamento dos profissionais da enfermagem, na prática assistencial, gerando resultados positivos na prevenção de incidentes e promoção da segurança do paciente na administração de medicamentos na pediatria cardiológica. (AU)