Publication year: 2019
Indivíduos acometidos por acidente vascular encefálico estão predispostos a apresentar Baixa autoestima. Entretanto, nota-se uma lacuna na produção científica de síntese no tocante aos fatores causais e a magnitude de efeito desses fatores na referida população em estudo. Sendo assim, propõe-se analisar as evidências produzidas sobre os fatores causais de Baixa autoestima em indivíduos adultos e idosos com acidente vascular encefálico. Procedeu-se revisão sistemática com a seguinte questão norteadora: Quais são as medidas de magnitude de efeito dos fatores causais de Baixa autoestima em indivíduos adultos e idosos com acidente vascular encefálico? A revisão foi desenvolvida conforme o manual de revisores do Joanna Briggs Institute, nas bases de dados: PubMed, CINAHL, PsycoINFO, Scopus, Cochrane, Joanna Briggs Institute Data Base, LILACS, em inglês, português e espanhol.
Os descritores contidos no protocolo de busca foram:
self esteem, stroke, situational, chronic, low, factor, epidemiologic factors, precipitating factors, causality, risk factors. Estabeleceu-se como critério de inclusão a descrição de fatores causais de Baixa autoestima entre adultos e idosos acometidos por acidente vascular encefálico. A amostra foi composta majoritariamente de estudos observacionais. A análise dos dados ocorreu em três etapas até a obtenção da amostra final de artigos por dois revisores, de forma independente. A qualidade metodológica dos artigos foi verificada por meio das ferramentas do Joanna Briggs Institute. Desse modo, a revisão sistemática incluiu 18 estudos, nos quais, observou-se elevada qualidade metodológica. Foram verificadas relação de causalidade entre Baixa autoestima e variáveis demográficas, variáveis de lesão, condições crônicas, comportamentos de sono, funcionamento cognitivo, independência funcional, comportamentos inconsistentes em relação aos valores, imagem corporal e bem-estar emocional. Observou-se que, entre os fatores associados, quatro foram possíveis de serem submetidos a técnica de metanálise por responderem aos critérios de síntese: estado depressivo (OR = 4,21; IC = 2,72-6,53); déficit no autocuidado das atividades básicas de vida diária (OR = 7,61; IC = 2,63-21,99); humor prejudicado (OR = 6,37; IC = 4,06-9,99) e mobilidade física prejudicada (OR = 4,33; IC = 1,07-17,52). Mobilidade física prejudicada e déficit no autocuidado das atividades básicas de vida diária atuam como fatores precipitantes; humor prejudicado foi compreendido nesse estudo como um fator incapacitante e o estado depressivo atua como fator predisponente de Baixa autoestima. Mobilidade física prejudicada e déficit no autocuidado das atividades básicas de vida diária são reconhecidas pela NANDA-I como a condição associada prejuízo funcional. Entretanto, humor prejudicado e estado depressivo não fazem parte da estrutura atual da taxonomia. Apesar de não terem sido encontrados estudos de diagnósticos de enfermagem nesta revisão, seus resultados contribuem para o refinamento dos diagnósticos Baixa autoestima situacional e Baixa autoestima crônica. Foram encontrados resultados que confirmam fatores relacionados e condições associadas presentes na taxonomia. Humor prejudicado e estado depressivo devem ser verificados por outros estudos para posterior incorporação à taxonomia da NANDA-I. (AU)