Determinantes do bem-estar subjetivo na pessoa idosa

Publication year: 2016

Introdução:

O Bem-Estar Subjetivo, enquadrado no âmbito da intervenção da Psicologia positiva, refere-se à experiência individual e subjetiva da avaliação da vida, e inclui variáveis como a satisfação com a vida e a vivência de afetos positivos em detrimento dos afetos negativos. Considerando que o bem-estar subjetivo está associado à saúde e longevidade, o objetivo central deste estudo consiste em analisar o modo como determinadas variáveis de contexto sociodemográfico, familiar, clínico e psicossocial se revelam preditoras do bem-estar subjectivo em idosos institucionalizados versus não institucionalizados.

Métodos:

Realizou-se um estudo de natureza quantitativa, descritivo-correlacional e transversal, com recurso a uma amostra não probabilística, acidental e por conveniência, composta por 116 idosos, 58 não institucionalizados e 58 institucionalizados, maioritariamente do género feminino (60,3%), viúvos (42,3%), com uma média de idades de 77,73 anos (Dp=9,276). O instrumento de colheita de dados incorporou uma ficha de caraterização sociodemográfica, situacional, familiar (Escala de Apgar Familiar), clínico – funcional (Índice de Barthel) e a avaliação do Bem-Estar Subjetivo (Escala de Satisfação com a vida e a Escala de Afetos Positivos e Negativos).

Resultados:

Constatamos que, os idosos não institucionalizados apresentam níveis de BES mais elevados face aos idosos institucionalizados (p=0,023), com maior significância estatística na dimensão afetiva. Em relação aos determinantes do BES objetivou-se que, são os idosos “mais jovens” (p=0,015), do género masculino (p=0,000), com nível de escolaridade mais elevado (p=0,032), inseridos em famílias funcionais (p=0,010), que percecionam melhor estado de saúde (p=0,000) e que são mais autónomos na realização das suas ABVD’s (p=0,000) a apresentar níveis de bem-estar subjetivo mais elevado.

Conclusão:

As evidências encontradas neste estudo revelaram a existência de fatores determinantes na perceção do BES pela pessoa idosa daí a importância de planeamento e implementação de projetos direcionados à manutenção da autonomia, à diminuição das limitações, à maximização de potencialidades individuais, à promoção de relações interpessoais. Neste sentido, atendendo às competências do enfermeiro especialista de enfermagem de reabilitação, seria de extrema importância a incorporação deste profissional especializado nas Instituições e em equipas multidisciplinares de apoio a idosos na Comunidade.

Framework:

Subjective Well-Being, framed in the context of Positive Psychology intervention, refers to the individual and subjective experience of life evaluation, and includes variables such as life satisfaction and the experience of positive emotions over negative emotions. Considering that subjective well-being is associated with health and longevity, the main objective of this study is to analyze how certain sociodemographic, familial, clinical and psychosocial variables are revealed as predictors of subjective well-being in institutionalized versus noninstitutionalized elderly.

Methods:

We conducted a quantitative, descriptive, correlational and transversal study, using a non- probabilistic, accidental and convenience sample, consisting of 116 elderly, 58 noninstitutionalized and 58 institutionalized, mostly females (60.3 %), widowed (42.3%) with a mean age of 77.73 years (SD = 9,276) . The data collection instrument incorporated a form of socio-demographic characterization, situational, family (Family Apgar Scale), clinical and functional (Barthel Index) and the evaluation of Subjective Well-Being through the Satisfaction Scale with life and the Scale of Positive and Negative Affections.

Results:

We found that the noninstitutionalized elderly have higher SWB levels compared to institutionalized elderly (p = 0,023), with greater statistical significance in the affective dimension. Regarding the determinants of SWB is aimed that are the "younger" elderly (p = 0,015), male (p = 0,000), with higher level of education (p = 0,032), part of functional families (p = 0,010), who perceive better health (p = 0,000) and are are more autonomous in carrying out the ADL's (p = 0,000) that showed an higher subjective well-being.

Conclusion:

The results revealed the existence of determining factors in SWB in the elderly, hence the importance of planning and implementating projects aimed at maintaining the autonomy, reducing limitations, maximizing individual potential, promoting interpersonal relationships. In this sense, given the rehabilitation specialist nurse’s skills, it would be extremely important to incorporate this specialized professional in the institutions and in multidisciplinary teams to support older people in the community. K