Manutenção dos ganhos em saúde no pós-alta de unidades de longa duração e manutenção

Publication year: 2014

Portugal tem vindo a passar por um rápido e acentuado processo de envelhecimento, consequente de uma cada vez maior longevidade da população idosa. Surgem assim novas problemáticas como o aumento da incidência de doenças crónicas e maiores índices de dependência derivado da maior vulnerabilidade desta faixa etária. Tal vem exigir à sociedade de hoje novas respostas e mais adaptadas às necessidades reais desta população, com vista à manutenção da sua qualidade de vida o máximo de tempo possível.

Objetivos:

Avaliar os resultados em saúde durante o internamento nas Unidades de Longa Duração e Manutenção de Vimioso e Miranda do Douro e perceber que alterações ocorreram nesses indicadores no pós-alta.

Métodos:

Consiste de um estudo de natureza quantitativa, cuja amostra consiste de 52 indivíduos que tiveram alta das unidades de Vimioso e Miranda do Douro entre outubro de 2012 e maio de 2013. Para o efeito foi aplicado o Índice de Barthel (avalia o nível de independência funcional e a necessidade de ajuda na mobilidade e auto-cuidado), Escala de Morse (identifica os utentes em risco de queda) e a Escala de Braden (avalia o risco de desenvolvimento de úlceras de pressão), sendo os resultados analisados posteriormente em base de dados SPSS 20.0 com valor significativo de p<0.05.

Resultados:

Verificou-se uma diminuição da dependência durante o internamento (27,67±24,67 versus 46,16±31,09) com ligeiro aumento no pós-alta (41,0±34,0). Quanto ao risco de quedas, os valores obtidos acompanharam os anteriores, não apresentando significado estatístico. Relativamente ao risco de desenvolvimento de úlceras de pressão, houve uma diminuição do mesmo durante o internamento (15,1±3,1 versus 17,1±3,8) e também no pós-alta (17,4±3,7), sendo este último pouco significativo. 73,3% das úlceras de pressão cicatrizaram durante o internamento, tendo aumentado a sua incidência no pós-alta.

Conclusões:

Durante o período de internamento houve obtenção de ganhos ao nível da competência funcional, risco de desenvolvimento de úlceras de pressão e da sua cicatrização. No pós-alta, assistiu-se a uma perda pouco significativa dos mesmos, com exceção do risco de desenvolvimento de úlceras de pressão a qual verificou um ligeiro aumento estatisticamente pouco significativo. Quanto ao risco de quedas, este estudo não nos permite retirar conclusões definitivas devido à falta de informação relevante para a análise deste risco.
Portugal is facing an aging process as life expectancy is increasing. Chronic diseases are becoming a growing burden as the higher dependency ratios derived from the increased vulnerability of the elderly. These represents a significant challenge as societal aging requires new responses in order to maintain their quality of life as long as possible.

Aim:

To assess health outcomes during hospitalization in Vimioso and Miranda do Douro Continuing Care and Long Term Maintenance Units and realize what changes have occurred in these indicators after discharge.

Methods:

Quantitative study of 52 individuals discharged from Vimioso and Miranda do Douro Units during October (2012) and May (2013). To determine health improvements Barthel Index (to measure functional independence and need for assistance in mobility and self-care), Morse Scale (to assess a patient’s likelihood of falling) and Braden Scale (for predicting pressure sore risk) were applied at three different moments: hospitalization (at baseline and at discharge) and after discharge. Results were analyzed in SPSS 20.0 and p<0.05 was considered as significant.

Results:

There was a decrease in dependency during hospitalization (27.67 ± 24.67 versus 46.16 ± 31.09) with a slight increase in post-discharge (41.0 ± 34.0). We did not find significant results concerning the risk of falls. Regarding the risk of developing pressure ulcers, there was a decrease during this hospitalization (15.1 ± 3.1 versus 17.1 ± 3.8) and at the post-discharge (17.4 ± 3.7), with the latter being not significant. 73.3% of pressure ulcers healed during hospitalization and their incidence raised on post-discharge.

Conclusions:

During the period of hospitalization we verified improvements at the level of functional independence, risk of developing pressure ulcers and wound healing, not so evident at the post-discharge. The risk of developing pressure ulcers raised after hospitalization.