Determinantes da incapacidade funcional em doentes com AVC
Publication year: 2015
Introdução- O Acidente Vascular Cerebral continua a ser a primeira causa de morte em Portugal, sendo também responsável pelo elevado índice de incapacidade e dependência funcional da população adulta portuguesa, afetando significativamente os aspetos da vida física, económica e social. Os processos de reabilitação continuados têm-se mostrado bastante eficazes na recuperação da independência funcional destes doentes. Assim sendo o objetivo geral deste estudo consiste em avaliar o nível de independência funcional e os fatores determinantes nesses níveis, em doentes sujeitos a programas de reabilitação continuados e doentes sem reabilitação. Métodos- O presente estudo é de carácter quantitativo, enquadrando-se num desenho de estudo descritivo transversal e analítico, no qual participaram 60 indivíduos que sofreram AVC, pertencendo 36 ao grupo experimental e 24 ao grupo de controle. A recolha de dados foi efetuada através de um questionário composto por questões de caracterização sociodemográfica, de caracterização clinica, uma escala de APGAR Familiar e uma Escala de Medida de Independência funcional (MIF). Resultados- A análise por grupos mostra que o grupo experimental é mais independente que o grupo de controle, ou seja, o nível de independência funcional é mais elevado na sua generalidade na amostra de indivíduos sujeitos a processos de reabilitação.
As variáveis que influenciaram significativamente a independência funcional foram:
o género (no comportamento social no G.cont),o estado civil (solteiros/viúvo mais independentes aos níveis dos cuidados pessoais, controle dos esfíncteres, mobilidade e locomoção no G. exp), habilitações académicas (maior escolaridade maior independência no G. exp) fatores de risco (doentes sem fatores de risco no G. cont são mais independentes nos cuidados pessoais, controle de esfíncteres e locomoção), indivíduos com AVC isquémico são mais independentes nos cuidados pessoais e locomoção, e os que realizaram trombólise são mais independentes nas diferentes dimensões nos dois grupos. Conclusão- As variáveis sociodemográficas e clinicas exercem influência apenas em algumas dimensões da independência funcional dos utentes após o AVC e a reabilitação desenvolvida de forma continuada, aumenta o grau de independência dos doentes diminuindo o grau de incapacidade.
Introduction- the Stroke is still the main cause of death in Portugal, is also responsible for the high index of incapacity and functional dependency, affecting significantly the aspects of physical, economic and social life. The continuous, rehabilitation processes have shown very effective in the rehabilitation of the functional independence of these patients. Therefore, the main general goal of this study consists in evaluating the functional independence level and the determining factors in those levels, in patients subjected to continuous rehabilitation programs and patients without rehabilitation. Methods- The present study is of quantitative character, belonging to a type of transversal descriptive and analytical study, in which, have participated 60 individuals that suffered from a stroke, of those, 36 belong to the experimental group, and 24 to the control group. The gathering of data was done through an inquiry composed of sociodemographic characterization questions, clinical characterization, a Familiar APGAR scale and a Functional Independece Measure scale. Results- The analysis by groups shows that the experimental group is more independent than the control group, in other words, the functional independence level is higher in the groups of patients subject to rehabilitation.