Investimento pessoal e independência funcional em idosos

Publication year: 2016

Enquadramento:

Se o envelhecimento populacional é encarado como um triunfo da sociedade atual, constitui ao mesmo tempo um desafio a toda a sociedade no sentido de se conseguir que este envelhecimento seja ativo e com qualidade de vida. O investimento na vida pessoal realizado pelos idosos de forma a obter a melhor qualidade de vida bem como a manutenção da sua independência funcional são indicadores importantíssimos para um envelhecimento bem-sucedido.

Objetivos:

Identificar a perceção dos idosos sobre o seu investimento na vida pessoal, avaliar níveis de independência funcional e analisar associações entre varáveis sociodemográficas clínicas e psicossociais e o investimento pessoal e a independência funcional.

Métodos:

Realizou-se um estudo do tipo transversal, analítico-correlacional de natureza quantitativa e de cariz descritivo, com uma amostra não probabilística constituída por 103 idosos da Santa Casa da Misericórdia de Mogadouro. Para a mensuração das variáveis aplicou-se um questionário que integra uma secção de caraterização socio demográfica e clínica, a Escala de Apgar Familiar, o índice de Barthel e a Escala de Investimento Pessoal.

Resultados:

As evidências encontradas neste estudo demonstram que a nossa amostra apresenta níveis elevados de independência funcional (40,8%) e de investimento na vida pessoal (89,3%). As variáveis que se associam de forma significativa com a independência funcional foram o género, local de institucionalização e o exercício físico. Já as que se associaram ao investimento pessoal foram o estado civil, local de residência, a prática de exercício físico e a funcionalidade familiar.

Conclusão:

Apesar da elevada média de idades dos nossos idosos estes apresentam bastante funcionalidade e moderado investimento na vida pessoal, contudo as variáveis associadas de forma significativa a estes constructos são: ser do género masculino, ser casado ou viver em união de facto, o residir no próprio domicílio, praticar regularmente exercício físico e percecionar famílias funcionais.

Framework:

If population ageing is faced as a triumph of the modern society, it represents at the same time a challenge to all society in order to make this process active and with good quality of life. The investment in personal life made by elders to get the best quality of life as well as to keep their functional autonomy is a very important factor that contributes to a successful ageing process.

Objectives:

To identify the perception of the elders about their investment in personal life, to assess the level of functional autonomy and to analyse associations between social/demographic psychosocial and clinical variables and the personal investment and functional autonomy.

Methodology:

A transversal, analytical and correlational study of quantitative nature and descriptive profile has been done, with a non-probabilistic sample, constituted by 103 elders from Mogadouro Santa Casa da Misericórdia. To measure the variables a questionnaire has been applied including a clinical, social and demographic characterisation, the Familiar Apgar Scale, the Barthel Index and the Personal Investment Scale.

Results:

The evidence found through this study shows that our sample presents high levels of functional autonomy (40,8%) and investment in personal life (89,3%). The variables that are associated with functional autonomy in a significant way are the gender, the place of institutionalisation and physical exercise. The ones that are associated to personal investment are the marital status, the home place, the physical activity and the familiar functionality.

Conclusion:

In spite of the high age average of our elders, they show much functionality and moderate investment in personal life, however the variables significantly associated to these constructs are: being male gender, being married or living in union of fact, reside in the home itself, practice regular physical exercise and perceive functional families.