Status de saúde cardiovascular ideal associado à pré-eclâmpsia: uma avaliação baseada na identificação de fatores de risco

Publication year: 2019

A Pré-Eclâmpsia (PE) e as Doenças Cardiovasculares (DCV) são responsáveis por altas taxas de morbimortalidade materna em todo o mundo. A modificação do estilo de vida para a adoção de hábitos saudáveis tem sido considerada importante estratégia de prevenção primária de DCV a ser incentivada às mulheres gestantes. Esse estudo objetivou avaliar o status de Saúde Cardiovascular Ideal (SCI) de mulheres gestantes associado ou não ao desenvolvimento de PE, identificando os fatores de Risco Cardiovascular (RCV) presentes em gestantes no 1º trimestre gestacional; e, comparando os fatores de RCV com fatores de risco para PE entre os grupos de gestantes com e sem PE. Tratou-se de coorte aberta prospectiva, de gestantes captadas no 1º trimestre gestacional e acompanhadas até o parto, no período de abril/2018 a junho/2019, em Fortaleza-CE, envolvendo 3 Unidades de Atenção Primária em Saúde (UAPS) de cada regional. Dados coletados por meio de formulário específico e processados no Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 24.0, com modelo de regressão logístico ajustado no software R versão 3.5.5. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (Parecer 2.448.308), sendo cumpridos todos os preceitos legais exigidos pela Resolução Nº466/2012 e Nº510/2016 do Conselho Nacional de Saúde. Amostra final foi composta por 101 participantes, destas 25 (24,75%) desenvolveram PE. A idade média foi de 24,97 anos (±6,35). A maioria vivia com o companheiro (70,29%), tinha nove anos de estudos ou mais (79,21%), era dona de casa (44,55%), sem renda ou com renda < um salário mínimo (69,3%), pardas (75,25%), natural (63,37%) e residentes (100%) em Fortaleza-CE.

Os fatores associados ao desenvolvimento de PE foram:

renda familiar de 1 a 3 salários mínimos (p < 0,01), Índice de Massa Corporal (IMC) ≥ 25 Kg/m2 (p < 0,01) e pressão arterial (PA) ≥ 120/80mmHg (p < 0,01). A ameaça de aborto no modelo logístico mostrou-se como variável protetora. Concluíu-se que 9,90% da amostra tinha status de SCI e apenas o IMC e PA influenciam no desfecho da PE com incremento de RCV, corroborando assim com a necessidade de orientar mudanças no estilo de vida para prevenir DCV no pós-parto de mulheres que tiverem PE. (AU)