Influência do suporte social e capacidade funcional na adesão ao tratamento antirretroviral de pessoas com 50 anos ou mais

Publication year: 2019

O estudo objetiva analisar a influência do suporte social e grau de capacidade funcional na adesão ao tratamento antirretroviral de pessoas com 50 anos ou mais vivendo com HIV/aids. Trata-se de uma pesquisa quantitativa, transversal e correlacional com componentes descritivos e analíticos. Foi realizada com 265 pessoas vivendo com HIV/aids, entre os meses de dezembro de 2018 a fevereiro de 2019, em Hospital de referência em doenças infecciosas em Fortaleza/CE. Os dados foram compilados e analisados no programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 24.0, utilizando-se as técnicas de estatística descritiva, índices agregados para a identificação dos níveis do suporte social, análise de agrupamento, testes de Kruskal-Wallis, qui-quadrado e Fisher. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará e da Instituição Hospitalar na qual realizou-se a coleta dos dados, sendo aprovado em ambos. Respeitaram-se os aspectos éticos e legais envolvendo a pesquisa com seres humanos, conforme a resolução 466∕2012 do Conselho Nacional de Saúde do Brasil. A amostra foi composta, predominantemente, por pacientes na faixa etária entre 50 a 60 anos (77%), do sexo masculino (67,9%), heterossexuais (65,3%), solteiros ou divorciados (58,1%), analfabetos ou com o ensino fundamental incompleto (47,2%), com renda familiar mensal de até um salário mínimo (55,8%) e que moravam sozinhos (33,2%). 82,6% adquiriram o vírus por via sexual, 81,2% apresentaram entre um e 20 anos de infecção, 56,6% utilizavam a Terapia Antirretroviral (TARV) há, pelo menos 11 anos e apresentaram como infeção oportunista mais presente a tuberculose (18,9%). Existiu um aumento entre o número de pacientes com carga viral indetectável entre a primeira (18,9%) e última consulta (66%), assim como a contagem elevada de linfócitos TCD4 na última consulta (51,3%), em contraposição a primeira (15,8%). Verificou-se que as pessoas pesquisadas eram, em sua maioria, aderentes à TARV. A classificação quanto a percepção do suporte social apresentou-se mediana e as principais fontes de suportes relatadas equivaleram aos amigos, seguidos dos profissionais da saúde e os filhos. No tocante a capacidade funcional, considerável porcentagem da amostra classificou-se como independente para a realização das atividades básicas e instrumentais de vida diária. A idade, presença de depressão, disponibilidade do suporte social emocional e a capacidade funcional, estiveram estatisticamente relacionadas com a adesão à TARV. Conclui-se, portanto, que existe relação entre os fatores epidemiológicos, clínicos, de suporte social emocional e da capacidade funcional sobre o processo de adesão à TARV entre as pessoas com 50 anos ou mais. (AU)