Acurácia da mensuração da pressão arterial média pelos métodos automático e manual para predição de pré-eclâmpsia
Publication year: 2019
A identificação precoce de gestantes com alto risco para desenvolvimento da pré-eclâmpsia é uma meta desafiadora para a obstetrícia moderna visto que essa síndrome hipertensiva é a primeira causa de morbimortalidade materna e perinatal na América Latina. O objetivo do estudo foi comparar a acurácia dos métodos de mensuração da pressão arterial média, automático e manual, para predição de préeclâmpsia no primeiro trimestre gestacional. Trata-se de uma coorte prospectiva, realizada em três Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS) de cada uma das seis Secretarias Executivas Regionais (SER) do município de Fortaleza - Ceará. A população do estudo foi composta por gestantes do primeiro trimestre gestacional (11sem – 13sem 6dias) que foram acompanhadas até o desfecho da gravidez. Os dados foram obtidos a partir da aplicação de um formulário contendo características maternas e mensuração da pressão arterial média tanto por método automático quanto manual, seguindo técnicas de protocolos já validados. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética, nº de parecer 2.448.308, e foram cumpridos todos os preceitos legais exigidos pela Resolução Nº466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. O banco de dados coletados foi armazenado no programa Microsoft® Office Excel do Windows Starter 7 (Microsoft Corporation versão 2003-2007) e posteriormente, foi transferido para o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS Inc., Chicago, Estados Unidos) versão 23 e R versão 4.0.0, para análise estatística. A amostra final foi composta por 146 participantes, destas 39 desenvolveram préeclâmpsia (26,71%). A idade média foi de 24,73 anos (DP±6,10). A grande maioria convivia com companheiro (77,4%) e 73,97% autodeclararam de cor parda. O tipo de parto mais prevalente entre as gestantes com pré-eclâmpsia foi o cesáreo (55,48%). A pressão arterial média variou de 58 a 114 mmHg para o método automático (média de 81,72 mmHg), enquanto o aparelho manual obteve variação de 63 a 112mmHg (média de 84,68 mmHg). A área sob a curva ROC para o método automático teve valor de 0,67 e a do método manual de 0,69. Ambos os métodos possuem a mesma acurácia quanto à mensuração da PAM para predição de pré-eclâmpsia no primeiro trimestre gestacional.(AU)