Transmissão de más notícias em contexto de cuidados continuados integrados
Publication year: 2015
Comunicação de má notícia é definida como “Qualquer informação que altere de forma drástica e negativa a visão do doente sobre o seu futuro” (Buckman, 1984). Ou seja, é entendida como informação que muda a visão que o paciente tem do seu futuro, que envolve as enfermidades, dor ou perda das funções que se tornarão crónicas ou permanentes, ou a necessidade de tratamentos prolongados e dolorosos que podem enfraquecer e/ou mutilar o seu corpo. A comunicação de más notícias e a relação entre profissional de saúde/ doente/família são uma realidade no nosso quotidiano, constituindo-se numa das problemáticas mais difíceis e complexas, quer pelos dilemas pessoais e profissionais que origina, quer pela gravidade da situação e pela controvérsia que existe em “E agora, onde, como e quando é que vou dizer que...”. Perante esta realidade, consideramos pertinente proceder à realização deste estudo “Transmissão de Más Notícias em contexto de Cuidados Continuados Integrados”, com a finalidade de contribuir para a otimização e uniformização de critérios na transmissão de más notícias. O presente relatório tem como principal finalidade analisar e compreender os conhecimentos dos profissionais de uma equipa de Cuidados Continuados Integrados acerca da transmissão de más notícias, de modo a obtermos linhas orientadoras, para o desenvolvimento de competências de comunicação de más notícias, por parte dos profissionais de saúde, e também, para contribuir para uma conduta humanizada por parte destes mesmos profissionais. Este trabalho foi desenvolvido no âmbito do Mestrado em Cuidados Continuados entre Março e Junho de 2015, sendo apresentado em duas partes. A primeira parte diz respeito à estrutura prática, onde se descreve o nosso estágio curricular- Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Murça no período de 3 de Março a 8 de Maio de 2015 (240 horas).A segunda parte destina-se à descrição do estudo empírico. O método de investigação utilizado neste estudo seguiu o paradigma quantitativo. O tipo de estudo foi um estudo de caso, descritivo-observacional, num plano transversal. Participaram neste estudo um total de 32 profissionais de saúde (n=32) da Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Murça, nomeadamente 6 médicos (1 fisiatra,1 cirurgião geral, 2 internistas,1 pneumologista e 1 ortopedista), 19 enfermeiros (1 dos quais é diretor técnico), 3 fisioterapeutas, 1 terapeuta da fala, 1 terapeuta ocupacional, 1 assistente social e 1 psicóloga clínica. No que concerne ao questionário por nós elaborado, este foi construído com recurso à revisão da literatura efetuada. É composto por uma primeira parte de informação sociodemográfica e uma segunda parte (escala ordinal tipo Likert) por questões de resposta fechada. A revisão da literatura efetuada e o questionário aplicado aos profissionais de saúde a exercerem funções na Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Murça possibilitaram a identificação de fatores que influenciam o processo de transmissão de más notícias, pelos profissionais de saúde. De entre os resultados, revela-se que 59 % dos profissionais de saúde considera que os doentes têm o direito de serem informados sobre o conteúdo da má notícia, ao passo que os restantes 41% acreditam que não o fazer pode diminuir o impacto negativo no estado físico e emocional dos doentes. Os mesmos, quando confrontados com a sua prática, apresentam algumas dificuldades em informar o doente sobre o conteúdo da má notícia. Os principais motivos invocados pelos profissionais de saúde mostrou que a maior dificuldade está em “lidar com as emoções do doente” (M= 3.93, DP= 1.25) e mais fácil “conseguir tempo para informar” (M= 2.17, DP= 1.44). É de realçar a formação contínua dos profissionais de saúde na comunicação de más notícias, uma vez que a formação é uma estratégia fundamental para o desenvolvimento de competências nesta área (de acordo com os resultados obtidos, mais de metade da equipa teve formação em comunicação de más notícias durante o percurso académico, 56%, mas apenas 31% continuou a fazer esse tipo de formação).
The communication of a bad new is defined as an information that “any information that change dramatically and negatively the patient’s view of its future” (Buckman, 1984). It is understood as an information that change the patient’s vision of it’s future, which involves diseases, pain or loss of function that will become chronic or permanent or will need prolonged and painful treatments that can weaken and/or maim the body. The communication of bad news and the relation between health professionals/patient/family are a reality in our daily lives, becoming one of the most difficult and complex issues. It is not only from personal and professional dilemmas, but also by the gravity of the situation and by the controversy that exists in “now and where, how and when i will say that…” Given this reality, we consider relevant to the construction of this study “of a Bad News Broadcast in the context of the Continuing Integrated Cares”, in order to contribute to the optimization and standardization of criteria in breaking bad news. This report's main purpose is to analyze and understand the knowledge of professionals in a team of Continuous Care about breaking bad news in order to obtain guidelines for the development of bad news communication skills by professionals health, and also to contribute to a humane conduct by these same professionals. This work was developed under the Master of Continuing Care between March and June 2015 and is presented in two parts. The first part concerns the practical framework, which describes our stage curricular- Continuous Care Unit Murça at 3 in the period from March to May 8, 2015 (240 hours) .The second part is intended for the description of the empirical study. The research method used in this study followed the quantitative paradigm. The type of study was a case study, descriptive, observational, cross a cloth. Participated in this study a total of 32 health professionals (n = 32) of the Continuous Care Unit of Murça, including 6 doctors (one physiatrist, one general surgeon, two internists, 1 pulmonologist and one orthopedic surgeon), 19 nurses (one of which is technical director), 3 physiotherapists, 1 speech therapist, one occupational therapist, one social worker and one clinical psychologist. With regard to the questionnaire prepared for us, this was built using the review of the literature performed. It consists of a first part of socio-demographic information and a second portion (ordinal Likert scale) for reasons of closed response. The review of the literature and the questionnaire enable the identification of facts that influence the process of breaking bad news, by the health professionals. Among the results, it’s revealed that 59% of health professionals think that patients are entitled to be informed of the bad news content, while the remaining 41% believe that hiding the results can reduce the negative impact in the physical and emotional state of the patient. The most part of the professionals have some difficulties to inform the patient about the contents of the bad news. The reasons of the health professionals shows that the big difficulty is to “deal with the patient’s emotions” (M= 3.93, DP= 1.25) and it is easier “get time to inform” (M= 2.17, DP= 1.44). It should be noted that the continuing education of health professionals in communicating bad news, considering that training is a key strategy for the development of skills in this area (according to the results obtained more than half of the team was training in poor communication news during the academic route, 56%, but only 31% continued to do this kind of training).
Communication de mauvaise nouvelle est défini comme “Toute information qui change radicalement et négativement le point de vue du patient de son future” (Buckman, 1984). C'est-à-dire, l'information qui change la vision que le patient a de son avenir, impliquant les maladies, la douleur ou la perte des fonctions qui vont devenir chroniques ou permanentes, ou la nécessité de traitements prolongés et douloureux qui peuvent affaiblir et/ou de mutiler leur corps. La communication de mauvaises nouvelles et la relation entre la santé professionnelle/patient/famille sont une réalité dans nos vies quotidiennes, devenant l'un des problèmes les plus difficiles et complexes, soit pour les dilemmes personnels et professionnels soit par la gravité de la situation et la controverse qui existe dans '' Et maintenant, où, comment et quand vais-je dire que.... ''. Compte tenu de cette réalité, nous considérons pertinent la réalisation de cette étude “Transmission de Mauvaises Nouvelles dans le cadre de surveillance continue”, afin de contribuer à l'optimisation et la uniformisation des critères pour la transmission de mauvaises nouvelles. Le but principal de ce rapport est d'analyser et de comprendre les connaissances des professionnels dans une équipe de soins continue de briser les mauvaises nouvelles pour obtenir des lignes directrices pour le développement de mauvaises nouvelles compétences de communication par des professionnels la santé, et aussi de contribuer à une conduite humaine par ces mêmes professionnels. Ce travail a été développé dans le cadre du Master of Continuing Care entre Mars et Juin 2015 et est présenté en deux parties. La première partie concerne le cadre pratique, qui décrit notre scène curricular- Soins continus Unité Murça à 3 dans la période de Mars à Mai 8, 2015 (240 heures) .Le deuxième partie est destinée à la description de la étude empirique. La méthode de recherche utilisée dans cette étude a suivi le paradigme quantitatif. Le type d'étude est une étude de cas, descriptive et observationnelle, un plan transversal. Participé à cette étude, un total de 32 professionnels de la santé (n = 32) de l'unité de Murça de soins continus, dont 6 médecins (un physiatre, un chirurgien généraliste, deux internistes, 1 pneumologue et un chirurgien orthopédique), 19 infirmières (un des qui est directeur technique), 3 kinésithérapeutes, 1 orthophoniste, un ergothérapeute, un travailleur social et un psychologue clinicien. En ce qui concerne le questionnaire préparé pour nous, cela a été construit en utilisant la revue de la littérature réalisée. Il se compose d'une première partie de l'information socio-démographique et une seconde partie (échelle ordinale de Likert) pour des raisons de réponse fermée. La revue de la littérature réalisée et le questionnaire permettent l'identification des facteurs qui influencent le processus de mauvaises nouvelles, par les professionnels de santé. Parmi les résultats, il est révélé que 59% des professionnels de la santé pensent que les patients ont le droit d'être informé du contenu de la mauvaise nouvelles, tandis que les 41% estiment que ne pas le faire peut réduire l'impact négatif sur l'état physiques et émotionnels des patients. Lorsqu'ils sont confrontés à leur pratique, ils présentent des difficultés pour informer le patient sur le contenu de la mauvaise nouvelle. Les principales raisons invoquées par les professionnels de la santé ont montré que la plus grande difficulté est de «traiter avec les émotions du patient" (M = 3.93, SD = 1,25) et plus facile “trouver du temps pour informer” (M = 2.17, SD = 01:44) . Il convient de noter la formation continue des professionnels de la santé à communiquer de mauvaises nouvelles, puisque la formation est une stratégie clé pour le développement des compétences dans ce domaine (selon les résultats obtenus, plus de la moitié de l'équipe était la formation pour l'information de mauvaises nouvelles pendant les études, 56%, mais seulement 31% ont continué à faire ce genre de formation).