Maternidade segura: estrutura física e organizacional de instituições habilitadas pela Rede Cegonha

Publication year: 2018

A estratégia Rede Cegonha representa um conjunto de iniciativas que envolvem mudanças no processo de cuidado à gravidez, ao parto e nascimento, articulando os pontos de atenção em rede à regulação obstétrica. Para isso, torna-se fundamental a avaliação contínua da qualidade dos serviços de saúde e do cuidado em saúde desempenhado por uma equipe comprometida com as condições de estrutura física e organizacionais, apoiada por uma gestão articulada para o alcance da qualidade do cuidado, e consequente redução da mortalidade materna e neonatal. O presente estudo objetivou analisar a adequabilidade da estrutura física e organizacional de maternidades habilitadas pela Rede Cegonha. Adotou-se o modelo teórico Quality Maternal and Newborn Care (QMNC). Trata-se de um estudo de avaliação normativa, transversal com abordagem quantitativa realizado em três maternidades no estado do Ceará. A amostra foi composta por 347 puérperas e 12 gestores das maternidades. A coleta de dados se deu no período de março a outubro de 2017, por meio de formulários estruturados voltados para as puérperas e gestores; e um checklist com indicadores avaliativos da estrutura física e organizacional.

Foram utilizadas duas técnicas de coletas de dados:

a entrevista e observação sistemática. O estudo atende aos requisitos éticos com o reconhecimento do Comitê de Ética da Maternidade Escolar Assis Chateaubriand (MEAC) no Protocolo 1.939.946. Os dados foram compilados e analisados por meio do programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 20.0. A estrutura física de todas as maternidades foi classificada como inadequada, especialmente no alojamento conjunto e na Unidade de Cuidados Intermediário Neonatal Canguru. Os recursos humanos foi o melhor avaliado nas três maternidades. A Unidade de Tratamento Intensivo neonatal foi o único setor classificado com melhor adequação. Os enfermeiros foram os profissionais que mais se capacitaram e desempenhavam a função de gestores. As Maternidades B e C não tinham implantado o Colegiado Gestor. Acerca do grau de satisfação, os resultados demonstraram que as puérperas atendidas na Maternidade A e B estavam satisfeitas com todos os recursos. Enquanto que as puérperas da Maternidade C tiveram um alto nível de insatisfação quanto aos recursos humanos, concernentes ao Acolhimento com Classificação de Risco, com o fato dela não ser apresentada a equipe de saúde, de não ter oportunidade de fazer perguntas e de não receber orientações. A maioria das puérperas se mostrou satisfeita com o tempo de espera nas três maternidades. O local do acompanhante foi avaliado com insatisfação. Conclui-se que apenas os recursos humanos se encontravam adequados nas maternidades investigadas. Destaca-se escores muito baixos para os recursos físicos, sendo classificados como inadequados. As puérperas atendidas nas maternidades A e B mostraram-se satisfeitas com todos os recursos, enquanto as puérperas da Maternidade C tiveram um alto nível de insatisfação quanto aos recursos humanos. (AU)