Construção e validação de cartilha para pais e cuidadores de crianças com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade

Publication year: 2018

Objetivou-se: Construir e validar cartilha para promoção de saúde de crianças com TDAH. Estudo metodológico, realizado em Caps i dos municípios de Juazeiro do Norte e Barbalha no período fevereiro de 2017 a julho de 2018. Seguiram-se as etapas: envio do projeto ao Comitê de ética; revisão integrativa da literatura; entrevista com público-alvo sobre demandas a serem abordadas na cartilha; validação de aparência e conteúdo com especialistas em saúde mental e construção de material impresso; validação da aparência com população-alvo e, conhecimento adquirido após entrega da cartilha. Construção da cartilha com designer gráfico, utilizando-se ilustrações que retratam a realidade, layout que favorece a compreensão das informações e linguagem simples, contemplando 13 domínios. Validação com 21 especialistas em conteúdo (IVC Geral de 0,891 e Alfa de Cronbach de 0,953), 7 especialistas em MEI (IVC Geral de 0,91 e Alfa de Cronbach de 0,857) e 17 participantes do público-alvo (IVC Geral e 0,99 e Alfa de Cronbach de 0,891), sendo considerada válida e confiável quanto ao conteúdo e aparência. Após ajustes sugeridos no processo de validação, foram calculados o índice de legibilidade de Flesch, com resultados de 54% constituindo-se de fácil leitura. Posteriormente avaliou-se conhecimento antes e após a entrega da cartilha com 50 participantes, cujos dados foram processados e analisados com Teste de McNemar e Qui-Quadrado de Pearson pelo SPSS versão 20.0, apresentados em tabelas. Após a entrevista inicial (pré-teste) fez-se a entrega da cartilha e após 15 dias ocorreu a segunda entrevista (pós-teste) via contato telefônico. A respeito do conceito de TDAH, obteve-se aumento de 2% para 38%. Quanto aos sintomas, obteve-se acréscimo de citações relacionados à hiperatividade e impulsividade. Acerca da “Busca de tratamento” todos os itens houve melhora de acertos, com ênfase nos profissionais de saúde. Sobre funcionamento do tratamento, passou-se de 10% para 30% de acertos. Quanto às orientações de cuidado obteve-se maiores percentuais de citação no pós-teste relacionados ao aprendizado. Diferença no percentual de acertos das questões no pré e pós-teste variou entre 4% e 60%. Quanto às variáveis sociodemográficas, destaca-se: Conceito de TDAH correto e participantes sem companheiro (81,3%; p=0,047); sintomas: “Agitação” e “Muita energia e participantes sem companheiro (100%; p=0,025); sintoma “Não termina as atividades” e participantes com companheiro (64,5%; p=0,009); sintoma “Muita energia” (96,8%; p= 0,029) entre participantes com renda familiar de até um salário mínimo; sintoma “Não termina as atividades” (71,4%; p = 0,35) entre participantes com ensino superior. Participantes com ensino médio e sintoma “Desorganização” (25%; p= 0,00). Sobre as orientações de cuidado, constatou-se relação entre o item “Colocar avisos de tarefas” (14,7%; p= 0,043) e participantes com companheiro, bem como no item “Conversar com professores” e participantes sem companheiro (p=0,035; 81,3%). Considera-se a cartilha eficaz uma vez que obteve melhoria do conhecimento dos participantes na maioria dos itens. Acredita-se que esta tecnologia educacional possa contribuir no cuidado da enfermagem em saúde mental e de outros profissionais da saúde, possibilitando melhoria da aprendizagem de pais e cuidadores acerca dos cuidados à criança com TDAH.(AU)