Publication year: 2014
Introdução:
As perturbações músculo-esqueléticas constituem na atualidade uma das queixas mais frequentes, causando grande impacto na saúde dos indivíduos. Vários estudos epidemiológicos realizados em adolescentes sugerem que a prevalência e a incidência têm aumentado nos últimos anos, podendo evoluir para a cronicidade. Assim investigar estas patologias na infância e adolescência, reconhecer os fatores que contribuem para o seu aparecimento e avaliar o impacto de medidas de promoção e prevenção, constitui-se um desafio para quem trabalha em cuidados de saúde primários. Objetivos:
O presente estudo pretende identificar a prevalência das perturbações músculo-esqueléticas nos adolescentes e analisar a sua relação com as variáveis sociodemográficas, antropométricas e circunstanciais. Método:
Trata-se de um estudo não experimental, transversal, descritivo-correlacional e de caráter quantitativo, que envolveu 158 adolescentes da EB 2/3 General Serpa Pinto - Cinfães. Para o efeito foi construído um questionário que engloba variáveis sociodemográficas, antropométricas e circunstanciais. Integra ainda o “Questionário Nórdico Músculo-Esquelético” para avaliar as perturbações músculo-esqueléticas. Resultados:
Os dados mostram que a maioria (80,8%) dos adolescentes referiram perturbações músculo-esqueléticas nos últimos três meses, sobretudo aos níveis dos ombros(27,8%), zona dorsal(25,3%), coxa/anca(25,3%), pescoço(23,4%) e a zona lombar(22,8%). Verifica-se ainda que as perturbações músculo-esqueléticas são mais prevalentes nos adolescentes do género feminino, naqueles que gastam mais tempo por dia a ver televisão, nos que se deslocam a pé e bicicleta e ainda naqueles que percecionam problemas de saúde. Conclusão:
As perturbações músculo-esqueléticas estão de facto presentes em grupos significativos de adolescentes, têm uma origem dinâmica, multifacetada e multidimensional, o que reforça a pertinência de uma melhor compreensão do problema nos diferentes contextos, a importância dum trabalho preventivo e ainda da sua deteção e tratamento precoce.
Introduction:
Musculoskeletal disorders are nowadays one of the most frequent complaints, causing great impact on the health of individuals. Several epidemiological studies in adolescents suggest that the prevalence and incidence have increased in recent years and may progress to chronicity. So investigate these disorders in childhood and adolescence, recognize factors that contribute to its occurrence and assess the impact of promotion and prevention measures, constitutes a challenge for those who work in primary care. Objectives:
This study aimed to identify the prevalence of musculoskeletal disorders in adolescents and to analyze its relationship with socio demographic, anthropometric and circumstantial variables. Method:
This was a non-experimental, cross-sectional, descriptive co relational and quantitative character study involving 158 adolescents from EB 2/3 General Serpa Pinto - Cinfães. For this purpose a questionnaire was constructed which includes socio demographic, anthropometric and circumstantial variables. It also includes the "Nordic Musculoskeletal Questionnaire" to assess musculoskeletal disorders. Results:
The results show that the majority (80.8%) of the adolescents reported musculoskeletal disorders for the past three months, mainly at the shoulders (27.8%), dorsal (25.3%), thigh / hip (25.3%), neck (23.4%) and lumbar (22.8%). It also appears that musculoskeletal disorders are more prevalent in adolescent females, those who spend more time a day watching television, walking, riding bike and even those who perceive health problems. Conclusion:
Musculoskeletal disorders are in fact present in significant groups of teenagers. Have a dynamic, multifaceted and multidimensional source, which reinforces the need for an improved understanding of the problem in different contexts, the importance of a preventive work and even its detection and early treatment.