Impacto do cateterismo vesical intermitente na qualidade de vida da pessoa com lesão medular

Publication year: 2014

Introdução:

A lesão medular é responsável pelo desenvolvimento de bexiga neurogénica na maioria dos doentes repercutindo-se em graves riscos para a saúde e sérias implicações na qualidade de vida da pessoa, pelo que o método de gestão vesical deve ser ponderado cuidadosamente em cada caso de acordo com as necessidades e funcionalidade de cada indivíduo. O objectivo geral deste trabalho foi explorar qual o impacto do cateterismo vesical intermitente na qualidade de vida de individuos com lesão medular e quando possível a comparação com outros métodos de gestão vesical.

Metodologia:

Realizou-se uma revisão sistemática (sem meta-análise) através da consulta em bases de dados online de estudos primários cuja amostra fosse constituída por indivíduos com lesão medular, que realizam cateterismo vesical intermitente tendo a qualidade de vida como variável dependente. A selecção dos estudos foi realizada após aplicação de critérios de inclusão e exclusão, bem como uma grelha de avaliação crítica de evidência científica de forma a seleccionar estudos com qualidade científica.

Resultados:

Num dos estudos verificou-se que os individuos que recorrem a cateterismo vesical intermitente apresentam menor qualidade de vida que os individuos com funcionamento normal da bexiga. Três estudos revelaram melhor qualidade de vida dos individuos que recorrem a cateterismo vesical intermitente de forma autónoma em comparação com individuos que necessitam de cateterismo vesical intermitente por terceiros ou cateter vesical permanente. Outro estudo revelou uma melhor qualidade de vida dos individuos com cateterismo vesical permanente em relação aos individuos que recorrem a cateterismo vesical intermitente, embora estes resultados não sejam estatisticamente significativos.

Conclusões:

No geral os individuos que realizam cateterismo vesical intermitente encontramse insatisfeitos quanto à sua qualidade de vida havendo porém necessidade de desenvolvimento de mais estudos na área e com instrumentos de mensuração mais adequados.

Introduction:

Spinal cord injury is responsible for the development of neurogenic bladder with very serious health repercussions and implications in the persons quality of life so that bladder management must be carefully pondered in each particular case according to the individual´s needs and functionality. This paper´s main goal was to explore the impact of intermittent bladder catheterization in the quality of life of individual´s with spinal cord injury and comparison with different bladder management methods whenever possible.

Methods:

A systematic review (with no meta-analysis) was performed through the search in online databases of primary studies in which the sample was constituted by individuals with spinal cord injury who perform intermittent bladder catheterization and had quality of life as a dependent variable. Study selection was carried with the application of inclusion and exclusion criteria and a grid for spinal cord injury scientific evidence and quality evaluation.

Results:

One of the studies reported that the individuals on intermittent bladder catheterization had less quality of life than normal bladder function group. Three studies revealed better quality of life for intermittent bladder catheterization individuals than those who need help to perform intermittent bladder catheterization or use indwelling transurethral catheter. Another study reported slightly poorer quality of life of the intermittent bladder catheterization individuals when compared to indwelling transurethral catheter although the results weren´t statiscally significant.

Conclusions:

Globally individuals in use of intermittent bladder catheterization are unsatisfied with their quality of life although further research on this subject is needed and with more appropriate measuring instruments.