Tecnologia educacional em higienização das mãos com cuidadores: fundamentada no modelo de promoção da saúde de Nola Pender

Publication year: 2018

As infecções relacionadas à assistência em saúde constituem importante problema de saúde pública. Cuidadores e familiares estão em risco para contrair infecções devido à exposição repetida a agentes infecciosos combinados com precária higiene das mãos e conhecimento inadequado sobre a transmissão da doença. Estimular práticas seguras no ambiente hospitalar com cuidadores é um desafio atual do setor saúde. O uso de uma tecnologia educacional é fundamental como facilitador no processo de aprendizado do cuidador e melhora o cuidado. Com isso, pretende-se analisar as práticas de higienização das mãos de cuidadores a partir do referencial de Nola Pender. Estudo de intervenção comunitária, não controlada e de métodos mistos, composta por 55 cuidadores de pacientes internados em um hospital universitário em Fortaleza-CE, de dezembro de 2017 a janeiro de 2018. Para tanto foram realizadas entrevistas, observações e um questionário de autorrelato antes e após oficinas educativas. Os dados foram organizados e analisados por meio da estatística descritiva e categorias indutivas e dedutivas derivados do referencial teórico.

Resultados evidenciaram os seguintes determinantes para higiene das mãos dos cuidadores:

a formação do hábito, as experiências prévias em família; e os benefícios percebidos com a prevenção de infecções. Em contrapartida, as barreiras foram: a insuficiência de insumos, o desconhecimento de uma técnica específica para higienizar as mãos e o esquecimento. O comportamento autorrelatado evidenciou a higienização das mãos (HM) depois de usar o banheiro (DP= 5,88±0,63), após ter estado em uma instituição de saúde (DP= 5,47±1,35), ter realizado visita a um doente (M = 5,55). O produto mais utilizado foi o sabonete líquido ou em barra (62,5%), seguido de álcool em gel (22,0%). O período mais importante em educação sobre higiene nas mãos foi representado pela infância (M = 4,62). A taxa de auto eficácia para a lavagem das mãos dos cuidadores foi superestimada com relação a de outros públicos (M=5,44). Os profissionais de saúde (16,0%) devem mediar ações de promoção da saúde. O conhecimento prévio advém do ambiente familiar, escolar e de trabalho. A figura materna é representativa no ensino da prática de higienização das mãos. A Tecnologia Educacional desenvolvida sob forma de oficinas facilitou o diálogo sobre as infecções e conhecimento da técnica de lavagem das mãos. Houve um aumento na prática de lavagem das mãos. Conclui-se que envolver os cuidadores na prática de higiene das mãos mostrou-se viável e deve ser considerado como parte da cultura de segurança nas instituições de saúde.(AU)