Publication year: 2017
A adolescência é o período de transição da infância para a idade adulta, caracterizada por mudanças psicológicas, físicas, mentais, emocionais e sociais. Um dos tipos de violência que afeitam principalmente a esta população é a violência sexual, provocando graves consequências na saúde. Diante dessa situação, se criam protocolos e materiais educativos a nível mundial, mas, os voltados para adolescentes são poucos. Assim, objetivou-se realizar a tradução e adaptação transcultural da cartilha educativa “Prevenção da violência sexual na escola” para a realidade da Costa Rica. O processo metodológico seguiu o protocolo de Beaton et al (2007) “Tradução e Adaptação transcultural” composto por cinco etapas: tradução inicial, síntese das traduções, retradução ao idioma original, comitê de juízes e pré-teste da versão pré-final.
Participaram deste estudo:
2 tradutores costarriquenhos, 2 tradutores brasileiros, 1 profissional em linguística espanhola, 1proffisional em linguística brasileira, 7 profissionais de diversas áreas como juízes e 61 adolescentes com idades entre os 10-13 anos. Os instrumentos de pesquisa foram:
“Validação da equivalência semântica, idiomática, cultural e conceptual” e “Instrumento de validação de conteúdo e aparência da cartilha educativa” instrumentos adaptados de estudos anteriores. Obedeceu-se aos aspetos éticos nacionais e internacionais dos comitês de ética de Costa Rica e Brasil. A amostragem foi por conveniência, bola de neve e recomendação do protocolo e a coleta de dados ocorreu na Costa Rica no período Abril-Setembro 2017. Os dados foram apresentados com a imagem da cena, tabelas com frequências absolutas e relativas; tabelas com as versões traduzidas, sínteses e versão final da cartilha. Os principais resultados foram:
incongruência no uso de pronomes pessoais em espanhol (“vos”, “tu” e “usted”), falta de “linguagem inclusiva”, emprego de linguagem e palavras não utilizadas pela população alvo e discrepâncias em temas e imagens devido à realidade da Costa Rica. A decisão foi “necessita reformas” na área de aparência e homogeneizar pronomes. Conclui-se que a cartilha educativa está adaptada culturalmente para a realidade da Costa Rica, porém precisa de algumas reformas para se adequar totalmente à faixa etária da população alvo. Os estudos de adaptação transcultural de materiais educativos são complexos devido à adequação das imagens a uma realidade especifica. Recomenda-se avaliar a cartilha educativa com amostra maior e com uma faixa etária de adolescentes mais velhos.(AU)