Validação clínica dos fatores relacionados do diagnóstico de enfermagem controle ineficaz da saúde em indivíduos com doença celíaca
Publication year: 2017
O presente estudo teve como objetivo validar clinicamente os fatores relacionados (FR) do Diagnóstico de Enfermagem (DE) Controle ineficaz da saúde (CIS) em indivíduos com doença celíaca. O interesse no assunto surgiu da necessidade de definir intervenções de enfermagem para controle da saúde dos celíacos. No entanto, pela escassez de evidências científicas que subsidiem intervenções, bem como que abordem o diagnóstico em questão com essa população, decidiu-se por investigar quais FR aumentam a chance do desenvolvimento do mesmo. Estudo transversal, realizado com 83 celíacos, de ambos os sexos, residentes no Ceará, selecionados a partir do cadastro na Associação dos Celíacos do Brasil-Ceará e nas redes/mídias sociais vinculadas a essa associação. A coleta de dados ocorreu no período de maio a setembro/2017, por meio de entrevista com base em instrumento que contemplou as características definidoras (CD) e os FR do DE CIS, além de variáveis clínicas e sociodemográficas. Para a análise dos dados, utilizou-se método de Classe Latente e um modelo de regressão logística. Empregou-se os testes: Wald, Omnibus, Hosmer-Lemeshow, R2 de Cox & Snell e R² de Nagelkerke. Todas recomendações da resolução nº 466/2012 foram cumpridas. Os resultados obtidos apontaram predominância de participantes do sexo feminino, brancos, não possuíam companheiro, declararam religião que faz uso de alimento com glúten em rituais, tinham ocupação remunerada, residiam em Fortaleza (regionais II e IV), não tinham filhos, possuíam plano de saúde e declararam que não usam/nunca usaram o Sistema Único de Saúde para atendimento como celíaco. Verificou-se que metade dos celíacos possuíam até 33 anos de idade, 18 anos de escolaridade, renda per capita de R$ 2.333,33, não tinham filho, moravam três pessoas na residência, possuíam diagnóstico da doença celíaca há 48 meses e participavam de associação de apoio há 24 meses. O número de pessoas que moravam na mesma residência foi significativamente menor entre os indivíduos que não possuíam o DE (p=0,009). A prevalência do DE CIS foi de 55,69%.